Fotos e reportagem por Vitori Jumapili
Na noite fria de quarta-feira (31/08), o auditório do Sesc Consolação estava lotado e aquecido por corpos majoritariamente pretos e LGBTQIAP+, todes à espera do espetáculo “Ballroom 50: Realidades do Futuro”, na abertura oficial da 12ª edição do Encontro Estéticas das Periferias.
Dirigida artisticamente por Flip Couto e Hiari Fémi e coreografada por Ákira Avalanx e Félix Pimenta, a obra faz menção aos 50 anos do primeiro baile da pioneira House of LaBeija. A partir desse marco, o espetáculo nos conduz por uma linha do tempo da Cultura Ballroom, tema central do evento deste ano.
No centro da capital paulistana representantes de 12 kiki houses, algumas delas precursoras da cena Ballroom do Brasil, ocupavam o palco do Teatro Anchieta para contar através da música, poses, projeções, performance e dança sobre esse movimento de pessoas negras e latinas da comunidade iniciado no início da década de 1970 por Cristal LaBeija, modelo e ativista pelos direitos civis de pessoas LGBTQIAP+ nos Estados Unidos e primeira liderança da House Of LaBeija.
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A tecnologia ancestral das Balls apresenta a coletividade como cerne e vem ao longo dos anos se estabelecendo como um espaço muito importante de aquilombamento para pessoas não brancas e periféricas da comunidade LGBTQIAP+ que através da dança, estética e moda valorizam as suas belezas, celebram a vida e resistem .
“O movimento Ballroom é importante porque celebra a existência de pessoas trans, periféricas pretas que fogem da norma, que buscam se reorganizar em estruturas que possam dar conta de suas necessidades, saúde mental, física, sexual e afetiva”, explica Flip Couto em matéria publicada no portal do Estéticas das Periferias para Paulo Pastore.
Com mais de 70 atividades, o Estéticas das Periferias recebeu o título ‘Ballroom: Orgulho e Resistência’ e rolou do dia 27 de agosto ao dia 4 de setembro. Recheado por uma programação com as mais variadas linguagens e construído colaborativamente com mais de 40 coletivos, o evento teve a intenção de evidenciar a produção cultural lgbtqiap+ e trazer para o debate questões muito relevantes para a comunidade.
Vitori Jumapili