Coral Guarani se apresenta na Ilha do Bororé

Atividade tem roda de conversa, exibição de documentário e show com rapper indígena

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Neste sábado (10 de novembro), o Coral Guarani da Aldeia Krukutu se apresenta na Casa Ecoativa, localizada na Ilha do Bororé (Grajaú, Extremo Sul de São Paulo). O coral representa uma das aldeias do povo Guarani Mbyá que compõem a terra índigena Tenondé Porã, no Extremo Sul da capital paulista.
O evento é realizado pelo coletivo Cultura Viva, que busca ampliar as vozes das culturas originárias, construindo uma ponte entre a sabedoria milenar dos povos nativo-americanos e aqueles que a desconhecem.
Além da apresentação do Coral Guarani, será exibido o documentário “Ancestral”, de Rayssa Oliveira, seguido de uma roda de conversa sobre o filme com os integrantes do coral, além de um pocket show com a música Katu, atriz, rapper, fotógrafa e militante indígena de origem Boe e que foi batizada pelos Guarani Mbya.
Resistência indígena

Nas bordas da maior metrópole do País, a pouco mais de 40 quilômetros do centro da cidade, um povo originário resiste ao avanço da mancha urbana. O Periferia em Movimento já contou que, no Extremo Sul de São Paulo, às margens da represa Billings, fica a terra indígena Tenondé Porã. Demarcada em 1987, essa TI tinha até 2016 apenas 26 hectares, onde cerca de 2 mil Guarani Mbya se amontoavam nas aldeias Tenondé Porã e Krukutu. A luta não é de hoje. Desde 2002, eles reivindicam a ampliação da TI Tenondé Porã. Em 2013, os indígenas iniciaram uma campanha para o Ministério da Justiça publicar as portarias declaratórias que reconhecem esses territórios. Isso só aconteceu nas últimas horas do governo Dilma Rousseff, no início de maio de 2016, antes da ex-presidenta ser afastada do cargo pelo Senado Federal.

A portaria declaratória que reconhece a Tenondé Porã destina 16 mil hectares entre o Extremo Sul de São Paulo e os municípios de São Bernardo do Campo e Itanhaém para os Guarani Mbya. Apesar desse reconhecimento, a demarcação ainda está sob processo de homologação – o que coloca em risco a garantia das terras para os indígenas. Porém, essa vitória ainda que parcial já reflete em mudanças para os moradores desse território. Ao menos quatro novas aldeias foram fundadas. A população também aumentou.

Confira abaixo entrevista que realizamos em junho com Olivio Jekupe, filósofo, escritor de literatura nativa e morador da aldeia Krukutu:

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