Faltam apenas quatro dias para chegar ao fim a campanha de financiamento coletivo para a criação do centro de midiativismo do Cedeca (Centro de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente) Interlagos.
Até a noite deste domingo (24 de novembro), o Cedeca havia arrecadado R$ 3.895 para a compra de quatro computadores que vão compor a redação do centro de midiativismo. A meta é conseguir R$ 6.000 até quinta (29), caso contrário todo dinheiro depositado até o momento será devolvido.
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Organização sem fins lucrativos fundada em fevereiro de 1999, o Cedeca Interlagos atua na construção de experiências de resistência no meio das inúmeras favelas e loteamentos clandestinos das regiões da Capela do Socorro e de Parelheiros, subprefeituras do extremo Sul de São Paulo.
“É uma região que está em efervescência no que diz respeito a atividades de mobilização, cultura e ações relacionadas à conquista de direitos”, diz Fernanda Vargas, do Cedeca Interlagos. “Os grupos que nunca saíram das ruas, e que se fortaleceram após as manifestações de junho, continuam realizando suas articulações, mobilizações e principalmente se manifestando contra a opressão do estado contra o povo pobre e periférico”.
O objetivo é criar um lugar que concentre as produções audiovisuais para comunicar as lutas, campanhas e produção de informação independente conectada com a resistência no extremo Sul.
A entidade já possui uma sala com isolamento acústico, equipamentos para produção de áudio (estúdio musical), câmeras fotográficas, equipamentos de som para realização de eventos nas comunidades e sala para construção de uma ilha de edição de vídeos.
“A música que de orelha em orelha retrata e registra a ação repressiva da polícia nas comunidades periféricas, o vídeo que de olhar para olhar documenta as ações de descaso do estado contra o povo pobre, o informativo que de mãos em mãos comunica nossas articulações e ações…”, observa Fernanda.
Além de ser parte das lutas, o centro de midiativismo tem por objetivo também fomentar a produção de materiais que deem suporte a elas, tanto para mobilização e formação quanto para registro da história de resistência deste lado da cidade.
O espaço deve funcionar ainda como local de formação, articulação e produção de mídias, além de ser autogestionado por adolescentes e jovens que o utilizarem.
Uma das ações já em andamento e que reúne alguns desses jovens é o curso “Encontros de Arte e Midiativismo”, que trata de temas como: Direitos. Autoritarismo e Resistência; Resistência pelos muros – da ditadura até hoje; Movimentos Revolucionários na América Latina: Zapatismo e Anarcosindicalismo; Ativismo Negro; Mulheres na Luta; Oficinas de Fanzine, Stencil e outras linguagens; Rádio e Vídeo Popular.
Assista abaixo o vídeo da campanha: