Atenta ao crescimento dos blocos de carnaval nas periferias, puxados por artistas independentes, comunidades de samba e movimentos sociais, a Pipoca (plataforma de experiências culturais para pessoas e para a cidade) lança o edital Carnaval na Quebrada.
As inscrições são gratuitas e acontecem até esta sexta-feira (08 de fevereiro) pelo site. Clique aqui e participe!
O objetivo é apoiar iniciativas que movimentam territórios e mobilizam moradores para usufruir de momentos de alegrias nas regiões mais afastadas do centro expandido.
O projeto acontece por meio do Programa de Municipal de Apoio a Projetos Culturais – Pro-Mac, da Secretaria Municipal de Cultura da Cidade de São Paulo (SP), com patrocínio Nextel.
Como funciona?
Até 11 iniciativas serão contempladas. São duas linhas de fomento: o formato “Patrocínio” garante aporte financeiro individual de R$ 15 mil para 03 iniciativas; já a linha “Apoio” selecionará 08 blocos para distribuir R$ 5 mil reais para cada um.
O edital vai contemplar blocos de carnaval sediados nos distritos localizados nas periferias, regiões com uma grande diversidade cultural e que têm dificuldade para acessar recursos durante o carnaval.
A realização de trabalho de impacto social com a comunidade e a atuação e ao menos 02 eventos do tema nos anos anteriores são requisitos importantes para os interessados em participar.
“Nos últimos anos, as periferias apresentaram um significativo crescimento dos blocos de carnaval, não só em quantidade de iniciativas, mas também na proporção de participação dos moradores. Isso é um fator cultural que precisa ser fomentado e nós estamos conectados com esse propósito,” afirma Rogério Oliveira, da Pipoca, justificando o direcionamento territorial do edital para as periferias.
Historicamente, os blocos de carnaval nas periferias estão enraizados em questões culturais e sociais, como religiões de matriz africana, ritmos afro-brasileiros, raça e gênero, e as tradicionais comunidades de samba.
Esses são elementos que perpassam o cotidiano dos moradores e que buscam através dos blocos fazer a diferença em suas comunidades, contando, homenageando, incluindo e divulgando histórias que até então eram desconhecidas.
Folia pra geral
Em 2018, o tradicional carnaval de rua realizado na região central de São Paulo recebeu 9 milhões de pessoas, segundo dados divulgados pelo SPTuris. Esses números mostram uma grande concentração de público, que equivale também ao destino de recursos financeiros público e privado, responsável por viabilizar o desenvolvimento deste cenário.
“A democratização do acesso a recursos financeiros é um fator estrutural, o qual o edital Carnaval na Quebrada pretende pautar, para reconhecer o legado cultural que os blocos das periferias vêm construindo ao longo da história. Esse é um dos fatores que motivaram a construção desse projeto”, explica Rogério.
A Pipoca faz parte da história recente do carnaval de rua em São Paulo. Desde 2015, ela contribui para a organização de importantes desfiles, como Monobloco e o Bicho Maluco Beleza, realizados em regiões centrais, como Sumaré e Ibirapuera.
“Nós queremos contribuir com a profissionalização do setor de carnaval de rua nas periferias de São Paulo, por isso, vamos além do aporte financeiro neste edital, para oferecer também uma formação profissional aos proponentes das iniciativas contempladas, onde eles terão acesso a três workshops sobre gestão e processos administrativos”, finaliza Rogério Oliveira.
2 Comentários
[…] O Carnaval na Quebrada, programa de fomento à cultura do carnaval de rua nas periferias de São Paulo com patrocínio da […]
[…] do M’Boi Mirim, no Jardim São Luís, a ausência das ruas já era fato consumado no Bloco do Beco. Antes mesmo da decisão da Prefeitura, o grupo já havia decidido não desfilar no Carnaval de […]