Periferias da zona Sul marcham contra violência do estado e por “cesta básica da cidadania”

Periferias da zona Sul marcham contra violência do estado e por “cesta básica da cidadania”

Realizada no Dia de Finados desde 1996, a Caminhada pela Vida e pela Paz voltou a acontecer presencialmente entre ruas do Jardim Ângela, Parque Santo Antônio e Capão Redondo até o Cemitério São Luiz. Confira a fotorreportagem!

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Tempo de leitura: 4 minutos

Fotorreportagem de Vitori Jumapili. Edição de texto: Thiago Borges

Nem a garoa ou o tempo frio do último Dia de Finados (2/11) abalaram a população do Jardim Ângela e região que tradicionalmente nesta data caminha pelas ruas do distrito na zona Sul de São Paulo rumo ao Cemitério São Luiz. Considerada uma das maiores manifestações populares locais, a Caminhada pela Vida e pela Paz voltou a ser feita presencialmente após duas edições on-line ou híbrida por conta da pandemia.

“O padre Jaime Crowe [idealizador] dizia que estava cansado de enterrar jovens da comunidade no Cemitério São Luiz. Por isso que a nossa caminhada começa aqui na igreja e vai até lá, porque é lá que estão enterrados os nossos jovens”, diz Regina Paixão, coordenadora do Fórum em Defesa da Vida, ao site Ponte Jornalismo.

Promovida desde 1996 pelo Fórum em Defesa da Vida e outras organizações sociais da região, a manifestação sempre acontece no dia 2 de novembro e reúne gente de todas as idades, desde a comunidade, lideranças comunitárias  e entidades religiosas a movimentos sociais e lideranças políticas. A marcha agradeceu por sobreviventes à covid-19 bem como em memória de mulheres de mortes pelo vírus e pela violência que afeta a população periférica.

Manifestantes ocuparam uma via ao longo das ruas do Jardim Ângela, Jardim Thomas, Parque Santo Antônio  e Jardim São Luiz. E espaços que sempre se mobilizam para a realização do evento, como a UBS Jardim Thomas e o CDHEP (Centro de Direitos Humanos e Educação Popular de Campo Limpo) forneceram água e frutas para participantes e serviram de pontos de encontro ao longo da caminhada.

“A luta dos 27 anos trouxe o Hospital de M’Boi Mirim, bem como o avanço das unidades básicas de saúde, bases da Polícia Militar, ampliação de atendimento no Hospital de Campo Limpo, implantação do CEU Feitiço da Vila no Capão Redondo e várias unidades educacionais, os conselhos tutelares, os primeiros abrigos para crianças e adolescentes além de serviços voltados a prevenção e erradicação da violência”, diz convocação.

O texto cita ainda a terceira edição da carta da “cesta básica da cidadania”, criada coletivamente a partir do Fórum em Defesa da Vida junto a moradories locais. A cesta básica da cidadania é um dispositivo social que busca a efetivação dos direitos fundamentais alinhados às demandas e necessidades de todes que vivem nesses territórios. Esta carta é entregue a autoridades na cerimônia interreligiosa que acontece depois da caminhada no Cemitério São Luiz.

A Caminhada pela Vida e pela Paz durou aproximadamente 2 horas e percorreu 5 quilômetros até seu ponto de chegada, onde aconteceu um ato interreligioso.

“Quem é de axé, axé. Quem é de namastê, namastê. Quem é de paz e bem, paz e bem. Quem é de paz do senhor, paz do senhor. Quem é de aleluia, aleluia. Quem é de qualquer manifestação religiosa e até quem não crê em nada, paz! Mas lembra bem, que paz sem voz, não é paz, é medo”, disse o pastor Levi Araújo em celebração.

Confira as fotos do evento:

 

 

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