Foto em destaque: Reprodução do filme “Eu, minha mãe e Wallace”
Mais de 1 ano e meio depois do início da pandemia de coronavírus, o necessário distanciamento social tem exigido ou possibilitado adaptações em diferentes âmbitos da vida: nos estudos, no trabalho, nas compras e até em atividades culturais.
A Periferia em Movimento seleciona e indica 4 desses eventos promovidos por grupos de quebradas paulistanas entre o final de setembro e início de outubro. Confira!
Este conteúdo aplica Linguagem Neutra e impessoal. Saiba mais aqui!
1. Estopô Balaio celebra 10 anos de arte migrante
Em cartaz com o novo espetáculo “Reset Nordeste”, o grupo formado por artistas de maioria migrante e que tem bandeira fincada no Jardim Romano (Extremo Leste de São Paulo) discute o pertencimento territorial das pessoas que se encontram fora de sua cidade natal. Seria preciso reinventar a cidade para poder praticá-la.
As conversas do Estopô Balaio em torno deste “Nordeste escondido” fizeram borbulhar ideias para a criação de um novo espetáculo que apresentasse uma situação absurda, mas intrigante: o sumiço completo da região Nordeste do mapa brasileiro no ano de 2032.
Esse é o mote da peça on-line, que propõe uma experiência imersiva do público. A exibição acontece de quinta a domingo (entre 30/9 e 3/10), às 20h, pelo site. Clique aqui para reservar os ingressos.
A novidade faz parte de um festival pela internet que marca os 10 anos de atuação do grupo. Além do novo espetáculo, a partir de outubro o Estopô Balaio vai apresentar outras peças, como “A cidade dos rios invisíveis” e “Carta 1, A Infância – Promessa de Mãe”; realizar a “3ª Mostra Balaio de Cenas Curtas” e a série de shows com artistas indígenas de diferentes etnias brasileiras na “Casa Balaio Virtual Convida”. Para saber da mostra e dos shows, acesse o site.
2. SLAM BR
Promovido pelo Núcleo Bartolomeu de Depoimentos, em 2021 o SLAM BR toma as redes e acontece de forma totalmente on-line e gratuita. O mecanismo continua igual: poetas slammers defendem seus versos em etapas classificatórias, sob juízo de pessoas escolhidas entre o público espectador na internet. Depois de cada ação, a nota mais alta e a mais baixa dadas são retiradas. Quem somar mais pontos passa para a próxima etapa.
Essa é a oitava edição do campeonato nacional, que reúne poetas que venceram disputas de poesia falada de 12 estados, além do Distrito Federal: Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Pará, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e São Paulo.
O evento, que acontece de forma virtual nas noites de 30 de setembro e 3 de outubro, vai revelar quem vai representar o Brasil na primeira edição do “Abya Yala – Copa América de Slam”, a ser realizada em novembro na FLUP (Festa Literária das Periferias), no Rio de Janeiro. Desta competição, saem representantes do continente que participarão do primeiro Festival Mundial de Poetry Slam (World Poetry Slam Festival – WPSF), organizado na Bélgica em setembro de 2022.
Acompanhe com transmissão em Libras no youtube e no facebook.
3. Sarau Literalmente Favela
Sediado no Jardim Santo André, periferia do município de mesmo nome na região metropolitana de São Paulo, o Sarau Literalmente Favela promove uma série de encontros on-line como parte do projeto “Ocupação das Artes Pretas Marginalizadas da Periferia”.
A ideia é apontar luz às potências periféricas mirando o futuro, considerando o samba, o, rap, o funk e a culinária tradicional que formam um “cordão de aquilombamento”.
Os encontros serão mediados pelas integrantes do coletivo e abertos à participação do público que queira ler poesia ou cantar. A transmissão acontece às sextas-feiras (dias 1, 8 e 15 de outubro), nas páginas do facebook e do youtube.
4. Mostra de Cinema Negro Faz Lá O Café
Entre os dias 4 e 6 de outubro, a Cia Os Crespos e o Grupo Clariô de Teatro apresentam a terceira Mostra de Cinema Negro Faz Lá O Café, que acontece de forma on-line e gratuita. As exibições acontecem nsempre às 19h30, por meio do youtube da Cia Os Crespos.
A mostra busca evidenciar as produções audiovisuais produzidas, dirigidas ou roteirizadas por pessoas negras. Nesta edição, o evento lança um olhar direcionado sobre os avanços que foram realizados no audiovisual e o protagonismo negro feminino no Brasil.
Os 08 filmes desta edição seguem a pesquisa curatorial dos grupos teatrais sobre a produção cinematográfica brasileira da última década, focada no impacto das ações afirmativas na promoção de cineastas negres.
Na segunda-feira (4/10), estarão em cartaz o curta documentário “Ayani por Ayani”, o curta de ficção “Dois garotos que se afastaram demais do sol” e o longa metragem “Café com Canela”.
Na terça (5/10), serão exibidos os curtas “Eu, minha mãe e Wallace” e “Liberdade”, além do longa “Amor Maldito”.
E na quarta (6/10), é a vez dos curtas “Alágbedé – O ferreiro dos orixás” e “Peripatético”. Na mesma noite, o evento se encerra com um debate sobre a produção cinematográfica com mediação da atriz Naruna Costa e participação de Ayani Hunikuin, Jéssica Queiroz e Lucelia Sergio.
Redação PEM
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