Depois de 22 aprendizes que ocuparam a Fábrica de Cultura da Brasilândia serem detidos pela Polícia Militar no sábado (02 de julho) e soltos por ordem judicial, colegas deles realizam amanhã (06 de julho) às 19h um debate público na unidade do Capão Redondo com a participação de arte-educadores em greve e a comunidade.
O objetivo é pensar nas próximas ações e fortalecer a rede de proteção da ocupação do equipamento, que já resiste há 41 dias. Mais de 70 aprendizes protestam contra os cortes dos recursos e a precarização da unidade. Desde então, eles cozinham, limpam e ministram as aulas para outros 1.300 crianças, adolescentes e jovens que ocupam o espaço.
Além disso, desde o dia 23 de junho arte-educadores estão em greve contra o sucateamento de cinco Fábricas de Cultura mantidas pelo Governo do Estado de São Paulo em diferentes quebradas da capital – Capão Redondo, Jardim São Luís, Brasilândia, Vila Nova Cachoeirinha e Jaçanã.
Confira aqui as reivindicações de aprendizes e educadores.
Por meio de um convênio, o governo de Geraldo Alckmin repassa dinheiro público para a organização social (OS) Poiesis executar formação cultural em música, teatro, dança, circo, literatura, multimeios, entre outras áreas, para administrar essas cinco unidades. A OS é dirigida pelo tucano Clóvis de Barros Carvalho, um dos fundadores do PSDB e ex-ministro da Casa Civil do governo de Fernando Henrique Cardoso. Outras cinco Fábricas – Cidade Tiradentes, Parque Belém, Itaim Paulista, Sapopemba e Vila Curuçá – são administradas pela OS Catavento Cultural.
Em represália ao movimento grevista, a Poiesis demitiu pelo menos 13 educadores por telegrama e e-mail. Antes disso, a organização já tinha cortado o acesso à internet e ao telefone do equipamento no Capão Redondo. A unidade da Cachoeirinha segue fechada.
Redação PEM