Homicídios em geral caem, mas aumenta violência a pessoas LGBTQIA+, mulheres, crianças e adolescentes

Homicídios em geral caem, mas aumenta violência a pessoas LGBTQIA+, mulheres, crianças e adolescentes

Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostra que mortes violentas intencionais (incluindo a letalidade policial) caíram 6,5% no País, atingindo o patamar de 47.503 mortes em 2021. Pessoas negras são maioria entre vítimas

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Divulgado na última terça-feira (28/7), o 16º Anúario do Fórum Brasileiro de Segurança Pública traz dados sobre a violência no País em 2021. Segundo a publicação, o número de homicídios no Brasil caiu 6,5% no ano passando, com o registro de 47.503 mortes violentas intencionais – 76% delas provocadas por armas de fogo.

Com isso, o Brasil registra uma taxa de 22,3 assassinatos para cada 100 mil habitantes. Apesar da diminuição, seguimos como 8º país mais violento do mundo, atrás de lugares como África do Sul, México e Colômbia. O País tem apenas 2,7% da população global mas concentra 20,4% desse tipo de morte em todo mundo. As principais vítimas continuam sendo negras (77,9%), jovens de 12 a 29 anos (50%) e do gênero masculino (91,3%).

O índice de homicídios caiu em todas as regiões, exceto no Norte, em que cresceu 7,9%. Não por acaso, 13 das 15 cidades mais violentas estão localizadas na área da Amazônia Legal.

No Estado de São Paulo, a queda foi ainda maior: houve uma redução de 12,5% no total de homicídios entre 2020 (quando foram registradas 4.157 mortes) e 2021 (3.666 mortes). O total de mortes decorrentes de intervenção policial caiu ainda mais, de 814 para 570 no período (-30,5%). O Fórum destaca a adoção de boas práticas na Polícia Militar paulista, inclusive o uso de câmaras corporais, como medidas que reduzira essa taxa.

Em todo Brasil, as mortes causadas por policiais diminuíram 4,9%, para 6.145 casos em 2021. Porém, 84,1% das vítimas eram negras. Já o número de policiais que morreram por homicídio caiu 12%, totalizando 190 no ano passado – 67,7% das vítimas eram negras.

A publicação ressalta que “o Brasil ainda convive com cenários de violência extrema que preocupam muito e revelam a fragilidade dos arranjos institucionais da segurança pública no país”, diz o texto. Essa violência extrema, em 2021, também incluiu 65.225 desaparecimentos e 14.353 suicídios, que cresceram, respectivamente, em 3,2% e 7,4% em relação a 2020.

Vítimas

Enquanto o número geral de homicídios caiu entre 2020 e 2021, outros tipos de violência cresceram no período.

Mais de 66 mil pessoas foram vítimas de violência sexual, sendo que 75,5% eram incapazes de consentir, 61,9% tinham até 13 anos e em 8 a cada 10 casos o agressor era alguém próximo da pessoa. Quase 20 mil crianças e adolescentes sofreram maus tratos e 2.555 morreram vítimas de assassinato.

Mais de 230 mil mulheres registraram agressões por violência doméstica, quase 600 mil registraram ameaças e mais de 619 mil chamados foram abertos no 190. O número de medidas protetivas de urgência concedidas aumentou 13,9%, chegando a 370 mil. Por outro lado, os feminicídios diminuíram 1,7%, fazendo 1.341 vítimas no ano passado.

Os casos de racismo registrados aumentaram 31%, enquanto também cresceram os homicídios (+7,2%), as agressões (+35,2%) e os estupros (+88%) contra pessoas LGBTQIA+.

Confira esses e outros dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública no gráfico abaixo:

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