Instrumento de resistência cultural, o berimbau atravessou o Atlântico e, no Brasil, tornou-se símbolo de luta pela liberdade.
Formada por capoeiristas, músicos e pessoas da comunidade, a Orquestra de Berimbaus do Morro do Querosene é modelo de inclusão social e sustentabilidade que valoriza o berimbau como instrumento musical e a capoeira enquanto manifestação e patrimônio cultural brasileiro.
Neste sábado, dia 13 de abril, essa orquestra regida pelo Mestre Dinho Nascimento se apresentará a partir das 20hs noTeatro Querosene, que fica na Rua Padre Justino, 285, no Butantã – zona oeste de São Paulo.
Contar com mestres, contramestres e professores de capoeira caracteriza interpretação própria e singular de ritmos como o samba de roda, ijexá, congo-de-ouro, barravento, além de ladainhas, chulas e corridos, tudo com arranjos arrojados e inéditos de Mestre Dinho Nascimento.
Os berimbaus são cuidadosamente afinados e agrupados em naipes: berimbau gunga ou berra-boi (som grave), de centro (som médio) e o viola ou violinha (som mais agudo). O “Berimbum”, com som super-grave, é tocado com arco de violoncelo. E o “Berimbau de lata” também tocado com arco, mais parece uma rabeca.
Vozes entoam os versos das ladainhas, corridos e canções. Alguns instrumentos como o guimbarde ou trump (berimbau de boca), agogô, pandeiro, reco-reco, ganzá, triângulo, atabaque, matraca, efeitos diversos e palmas completam a sonoridade.
Como tudo começou
A ideia de uma Orquestra de Berimbaus surgiu nos encontros informais que aconteciam na pracinha do morro, ao cair das tardes de domingo, quando Dinho Nascimento e alguns amigos se reuniam para tocar, jogar capoeira e passar seus ensinamentos aos mais jovens e outros recém-chegados.
Em fins de 2007 consolidou-se a formação atual, quando a Prefeitura de Santo André (SP) convidou a orquestra para participar de um evento educacional. Pouco antes desta apresentação, em 01/11/2007, a Orquestra de Berimbaus do Morro do Querosene estreou no CEU Butantã, teatro da Prefeitura de São Paulo. Deste momento em diante, as apresentações se sucederam: SESC-SP (Ipiranga, Campinas, Bauru, Vila Mariana, Interlagos e Taubaté); Festival da Juventude (no Memorial da América Latina); Off-FLIP (Paralela à Feira de Literatura Internacional de Paraty – RJ) quando tocou na histórica Igreja de N.S. Rosário e de S. Benedito; naVirada Cultural 2008, tocando aos capoeiristas reunidos no Largo do Paissandu; no evento C&A Pop Music, tocando na marquise do MAM (Rio de Janeiro-RJ) e no Pepsion-Stage (Porto Alegre-RS); na Casa de Cultura do Butantã (na Semana da Consciência Negra); pelo Pro-Art, em vários CEUs (Centro de Educação Unificado do Município de São Paulo); na Virada Cultural Paulista 2009, apresentando-se na cidade de São José do Rio Preto; na Casa de Cultura Tainã, Ponto de Cultura em Campinas; em Academias de Capoeira e nas festividades do Bumba Meu Boi, no Morro do Querosene.
Para ouvir as faixas do CD “Sinfonia de Arame” e ver alguns vídeos das apresentações da Orquestra de Berimbaus, acesse: http://www.dinhonascimento.com.br/orquestradeberimbaus
Redação PEM