A era das chacinas.
A capital e região metropolitana de São Paulo registraram pelo menos 15 chacinas neste ano. Em Osasco, a maior da história desde o Massacre do Carandiru, foram identificados 19 mortos. Pelo menos 10 das chacinas aconteceram após a morte de agentes do Estado, como policiais e guardas civis.
Apenas na cidade de São Paulo, a Polícia Militar matou 396 pessoas, segundo a Agência Pública, em decorrência de “intervenção” durante supostos “conflitos” (como constam nos boletins de ocorrência) com adolescentes desarmados como Yago Ikeda e Lucas Custódio dos Santos, ambos com 16 anos e moradores do Grajaú, assassinados respectivamente em outubro e maio deste ano.
Em todo Brasil, mais de 50 mil pessoas morrem vítimas de homicídios anualmente, seja por falta de suporte do Estado ou exterminado pelo mesmo Estado. E os dados comprovam: a maior parte das vítimas é negra, pobre e mora nas periferias. Mas quem fica indignado?
- 396 mortos pela PM paulista: as histórias por trás dos BOs
- 49 dias sem Yago Ikeda: “Foi morto por ser preto”
- A carne mais barata: 95 negros assassinados por dia no Brasil
- De volta ao Cemitério São Luiz, contra o genocídio nas periferias
- “Crimes de Maio de 2006” seguem impunes e perpetuam banho de sangue nas periferias
- 50 mil homicídios por ano: Até quando o genocídio vai parecer natural?
- Comissão da Verdade da Democracia: “Nossos mortos têm voz”
- Jovens negros estão mais vulneráveis à violência no Brasil, diz relatório
