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Para 41% das pessoas que vivem na cidade de São Paulo, a renda média permaneceu estável no último ano, enquanto aumentou para 17%. E um terço das pessoas (34%) apontam uma diminuição na renda nesse período. E nos últimos 12 meses, 53% das pessoas que vivem na capital paulista precisaram fazer “bicos” para complementar o caixa.
É o que mostra a Pesquisa Viver nas Cidades, divulgada no último mês e que foi realizada pelo Instituto Cidades Sustentáveis com apoio do Ipsos-Ipec, que entrevistou 3.500 pessoas de forma on-line em Belém, Belo Horizonte, Fortaleza, Goiânia, Manaus, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. Acesse na íntegra aqui.
No Brasil, a pesquisa mostra que quatro em cada dez pessoas entrevistadas indicam estabilidade econômica nos últimos 12 meses, mas um terço relata perdas no mesmo período. A média de quem precisou fazer alguma atividade extra nas dez principais capitais brasileiras foi de 56% no período, com os maiores índices em Belém (70%), Manaus (69%) e Fortaleza (65%).
Entre as atividades complementares mais comuns, estão serviços gerais (como faxina ou jardinagem), venda de roupas e artigos usados, produção e venda de alimentos (como bolos e salgados), revenda de cosméticos e produtos de beleza, além de serviços mediados por aplicativos (como Uber ou Ifood).
A necessidade de realizar os chamados “bicos” é maior entre pessoas com renda familiar mensal de até dois salários mínimos (68%), que têm ou convivem com pessoas com deficiência (68%), das classes DE (65%), entre pessoas pretas e pardas (63%), evangélicas e (63%) e que estudaram até o Ensino Médio (62%).
Fome, pobreza e mobilidade social
O levantamento realizado pela Ipsos-Ipec também questionou internautas sobre sua percepção acerca das pessoas em situação de fome e pobreza em sua cidade. Nesse sentido, dois terços percebem o aumento do número de pessoas em situação de fome e pobreza nos últimos 12 meses; para quatro em cada dez, aumentou muito.
Em São Paulo, onde quase 100 mil pessoas vivem em situação de rua, é relativamente maior a parcela da população que percebe o aumento de pessoas em situação de fome e pobreza (71%).
Por outro lado, a pesquisa investigou também a percepção sobre a condição de vida das pessoas entrevistadas nos últimos cinco anos, em relação à renda, moradia e escolaridade. Seis em cada dez (61%) dizem que a renda aumentou ou ficou estável no período; para 72%, a condição de moradia melhorou ou se manteve; e 70% dizem que o nível de escolaridade melhorou ou ficou estável.
O trabalho perguntou ainda a percepção dos entrevistados em relação às condições de vida de seus pais e mães quando eles tinham a mesma idade. Os resultados mostram o seguinte: sete em cada dez (72%) dizem ter alcançado maior grau de instrução, enquanto quase metade (47%) declara ter conquistado melhor condição de moradia e parcela semelhante (45%) afirma que sua renda atual é maior do que a deles na mesma idade.


