Confira: 4 espetáculos de dança e teatro que discutem colonização, cosmogonia e ancestralidade

Confira: 4 espetáculos de dança e teatro que discutem colonização, cosmogonia e ancestralidade

Apresentações acontecem em diferentes regiões de São Paulo. Confira as atrações da Coletiva N’Kinpa, da Cia Quatro Ventos, do Núcleo Ximbra e do Bando Macuas Cia Cênica

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“Kuenda Kalunga, Kuenda Njila – É Possível Gargalhar Depois da Travessia?”

"Kuenda Kalunga, Kuenda Njila" (foto Thiago Tiggaz)

“Kuenda Kalunga, Kuenda Njila” (foto Thiago Tiggaz)

A Coletiva N’kinpa estreia um espetáculo performático inspirado nas culturas afrodiaspóricas. A encenação é resultado do projeto Terreiros Nômades: Macamba Faz Mandinga – Saberes Afrodiaspóricos nas Corporeidades da Cena.

Inspirada nas culturas afrodiaspóricas, a jornada convida todas as pessoas a brincarem, porque quem assiste também faz parte da magia. E segundo a diretora Joice Jane Teixeira, o espetáculo é uma homenagem ao ‘povo da rua’ – Exus e Mpambu Njila: saberes e filosofias ancestrais que nos deram e nos dão as rotas de vida nesse sistema de morte em que o povo negro vive, e foi largado em sua própria sorte.

As apresentações acontecem em escolas públicas e espaços de acolhimento, sendo que duas sessões são abertas ao público e com acesso gratuito. Elas ocorrem nesta quarta (6/11), às 14h, no Centro POP de Formação e Capacitação (rua Maria Borba, 15 – Consolação – Centro); e na próxima quarta (13/11), às 20h, na UNA – Unidade de Acolhimento (rua General Carneiro, 175 – Parque Dom Pedro II – Centro).

 

“Awá – Tecendo Fios de Ouro da Cia Quatro Ventos”

"Awá Tecendo Fios de Ouro" (foto de Sheila Signario)

“Awá Tecendo Fios de Ouro” (foto de Sheila Signario)

O espetáculo de teatro da Cia Quatro Ventos, de Cidade Tiradentes, estreou em outubro e faz sua última apresentação nesta sexta-feira (8/11). Acontece às 14h e às 16h, no Céu Barro Branco II, localizado na rua Salvador Vigano, 100 – Conj. Hab. Barro Branco II – zona Leste.

A peça conta a história de Orisun e sua linhagem de mulheres negras da periferia, que com muita luta conseguiram manter o negócio familiar. Da arte de tecer ela tirou seu sustento e das três filhas, herdou da mãe a sabedoria de saber fiar e do aprendizado de tecer, teceu fios e a vida.

Confira o teaser.

“A gente não fala errado, viramos brasileiros”

Apresentação do Núcleo Ximbra (foto Daniel GTR)

Apresentação do Núcleo Ximbra (foto Daniel GTR)

Formado por artistas da zona Leste de São Paulo, o Núcleo Ximbra circula com seu espetáculo de dança desde o final de outubro com a proposta de discutir a colonização a partir da língua e a reafirmação do sistema, que condiciona o povo a não imaginar o futuro fora dos meios tecnológicos de comunicação.

“Descatequizar é preciso, descolonizar é necessário, a gente não fala errado, viramos brasileiros”, diz a sinopse.

O espetáculo ainda pode ser visto gratuitamente nesta quinta-feira (7/11), às 14h05, no Instituto Criar (rua Solon, 1121 – Bom Retiro, Centro); e no domingo (10/11), às 19h04, na Okupação Cultural Coragem (rua Vicente Avelar, 31 – Conj. Res. José Bonifácio, zona Leste).

 

“Anunciação”

Bando Macuas (foto Renan Marangoni)

Bando Macuas (foto Renan Marangoni)

O primeiro espetáculo de dança do Bando Macuas Cia Cênica é inspirado nas cosmogonias bantu e bakongo, do continente africano.

Desde outubro e até dezembro de 2024, série de dez apresentações leva ao público de equipamentos culturais da capital paulista a impactante poética corporal afro-referenciada do autointitulado “bando’ formado por sete dançarinas. O espetáculo é idealizado pela diretora e coreógrafa Débora Marçal, integrante também da Capulanas Cia de Arte Negra.

A estreia rolou na semana passada na Galeria Olido, em frente à Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, no Largo do Paissandú. As próximas apresentações ocorrem nesta quinta e sexta-feira (7 e 8/11), às 20h, no Centro Cultural da Juventude – CCJ da Cachoeirinha (avenida Dep. Emílio Carlos, 3641 – zona Norte). Confira a programação completa aqui.

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