O Museu das Favelas, ligado à da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, anuncia o I Seminário de Pesquisa Favela é o Centro. O evento acontece entre quinta-feira e sábado (21 a 23 de setembro) com o objetivo de contribuir para a disseminação de informações sobre as periferias e favelas brasileiras, trazendo mesas de debate e oficinas, reunindo mais de 15 especialistas de diferentes estados brasileiros.
O equipamento público fica na avenida Rio Branco, 1269, em Campos Elíseos (Centro de São Paulo). As atividades presenciais têm inscrições limitadas (clique aqui), mas com transmissão ao vivo no youtube.
A programação começa no dia 21 de setembro com a conferência de abertura, Favela é o Centro, ministrada pela Thuane Nascimento, do PerifaConnection. A conferência provoca e dá início a reflexão sobre o conceito de favelas, explorando sua relação territorial e o direito à cidade, além de abordar a intersecção entre segurança pública e o uso comum desses espaços. Com um enfoque na dimensão racial, busca-se analisar as favelas como um instrumento de manutenção e perpetuação social no Brasil. O evento acontece no Auditório, às 19h, com transmissão ao vivo.
Na sexta-feira (22/9), das 10h às 17h, ocorre a oficina “Debatendo o conceito de favelas com o IBGE”, com mediação de Cayo Franco, coordenador de Geografia da Diretoria de Geociências do IBGE, e Letícia Giannella, pesquisadora em Informações Geográficas e Estatísticas do Instituto. A oficina chega para debater a revisão da redação dos critérios e da nomenclatura “aglomerado subnormal”, utilizado pelo instituto desde 1991 para identificar, classificar e representar esses territórios em pesquisas como o próprio Censo.
Ainda na sexta-feira, das 19h às 21h, acontece a primeira mesa de debate com o título: “Levantando Dados: Metodologias de Pesquisa na Quebrada”. O encontro tem a mediação de Luzinete Borges, membra do Centro de Estudos Periféricos (CEP) da UNIFESP, e conta com a participação de Rachel Rua, gerente do Data Favela, e Thiago Teles Brandão Ferreira, coordenador técnico do Censo 2022 no Estado de São Paulo. A mesa debate as diferentes metodologias aplicadas em suas pesquisas de alcance nacional e, apresenta dados e estatísticas que disputam estigmas comumente associados aos territórios de favelas e periferias.
No sábado (23/9), ddas 12h às 17h, a livraria Suburbano Convicto, especializada em literatura marginal, terá um stand para exposição e comercialização de livros e publicações no jardim do Museu das Favelas. A partir das 14h, ocorre a segunda mesa de debate, com o tema: “Cartografias periféricas: até onde vai meu mapa?”, que discutirá os limites e desafios sobre o mapeamento em zonas periféricas e terá a participação dos palestrantes Aluízio Marino (coordenador do LabCidade), Igor Pantoja (coordenador de Relações Institucionais no Instituto Cidades Sustentáveis), Jéssica Cerqueira (representando o projeto Emergências Políticas Periféricas, realizado pelo Instituto Update) e a mediação de Wellington Fernandes, do coletivo Quebradamaps.
Para fechar a programação, a terceira e última mesa de debate da programação acontece às 16h. “Memórias periféricas: as diferentes formas de lembrar e esquecer” vai reunir Claudia Ribeiro (coordenadora do Museu da Maré), Sônia Fleury (coordenadora do Dicionário de Favelas Marielle Franco) e Rafael Lucas Leonel (diretor do podcast Memórias Quebradas) e conta com a mediação de Suzy Santos (coordenadora do Museu Comunitário Jd. Vermelhão). A apresentação trará debates sobre as formas de se lembrar e esquecer das favelas e as pesquisas desenvolvidas por suas iniciativas focadas em preservação e construção de novas narrativas.
Redação PEM