Violência e desigualdade de gênero: 2 a cada 3 mulheres já sofreram algum tipo de assédio em SP

Violência e desigualdade de gênero: 2 a cada 3 mulheres já sofreram algum tipo de assédio em SP

Levantamento da Rede Nossa São Paulo também mostra a percepção da população paulistana sobre a realização de tarefas domésticas e ações para combater a violência contra a mulher

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Tempo de leitura: 4 minutos

Cerca de 67% das moradoras de São Paulo já sofreram algum tipo de assédio. Isso representa mais de 3,8 milhões de mulheres. É o que revela a pesquisa “Viver em São Paulo: Mulheres”, realizada anualmente pela Rede Nossa São Paulo em parceria com o Ipec e que conta também com a parceria do Sesc.

Ao todo, foram entrevistadas 800 pessoas com 16 anos ou mais, em dezembro de 2022, de forma presencial e on-line. Os dados completos da pesquisa serão apresentados na tarde desta terça-feira (7/3), véspera do Dia Internacional da Mulher.

Entre os locais em que as mulheres já sofreram algum tipo de assédio na capital paulista, 45% dizem que foi no transporte coletivo; 29%, no ambiente de trabalho; 21%, no ambiente familiar; e 32% disseram que já foram agarradas, beijadas ou desrespeitadas sem o seu consentimento.

Na pesquisa de 2023, 19% das mulheres disseram que já sofreram assédio no transporte particular (táxi, Uber e 99). Em 2021, o percentual era de 12%.

O transporte público permanece, pelo quinto ano consecutivo, como o local em que as moradoras de São Paulo mais correm o risco de sofrer assédio, na percepção delas próprias. Há, no entanto, uma queda significativa das menções em relação à pesquisa de 2021, quando o transporte público foi citado por 52% das mulheres. Na pesquisa de 2023, esse índice foi de 39%.

Trabalho doméstico

A pesquisa também mensurou a percepção sobre a divisão das tarefas de casa. Os resultados preliminares da pesquisa mostram que as moradoras de São Paulo são responsáveis por toda ou a maior parte do trabalho doméstico; 29% dizem que elas fazem a maior parte e 16% avaliam que essas tarefas são responsabilidade exclusiva das mulheres. Já 36% dizem que o trabalho doméstico é dividido igualmente entre homens e mulheres.

Porém, o levantamento mostra que há um descompasso na percepção deles e delas sobre a divisão igualitária das tarefas domésticas. Para 44% dos homens, o trabalho é dividido igualmente; essa é mesma percepção de 30% das mulheres que participaram do estudo.

As tarefas mais realizadas pelas mulheres são: preparar as refeições (67%), limpar a casa (56%) e lavar a louça (36%); as tarefas mais realizadas pelos homens são: lavar a louça (60%), preparar as refeições (42%) e fazer compras (36%).

As mulheres realizam mais as tarefas centrais da casa, como o cuidado diário das crianças. Os homens se dedicam mais aos afazeres complementares às atividades delas. Apenas 8% do total de entrevistados e entrevistadas diz que os cuidados diários de filhes são a tarefa mais realizada por homens.

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