A população da zona Leste da cidade de São Paulo gasta diariamente cerca de 3h03 em deslocamento dentro da cidade – um aumento de 1 hora em relação a 2021. Este número posiciona a ZL como a região mais problemática do município em relação à mobilidade urbana.
É o que mostra a pesquisa “Viver em São Paulo: Mobilidade Urbana”, lançada no final de setembro pela Rede Nossa São Paulo, vinculada ao Instituto Cidades Sustentáveis (ICS).
O tempo gasto com deslocamento na zona Leste é superior à média da capital, de 2h19, e quase o dobro do tempo gasto pela população da zona Oeste (1h38), o menor entre todas as regiões. Na sequência aparecem o Centro (1h44), a zona Norte (1h50) e a zona Sul (2h02).
Emprego e renda
De acordo com o diretor presidente do Instituto Cidades Sustentáveis (ICS), Jorge Abrahão, este aumento significativo do tempo de deslocamento na zona Leste é reflexo direto das desigualdades entre regiões em relação às oportunidades de emprego e renda.
“As diferenças de oportunidades de emprego e geração de renda entre as regiões da capital podem ser medidas de várias formas, incluindo parâmetros de mobilidade urbana. No Mapa da Desigualdade de 2021, por exemplo, notamos que 7 dos 10 distritos com menores taxas de oferta de emprego formal estavam localizados nas zonas Leste e Sul. E são exatamente nessas 2 regiões que a população gasta mais tempo com deslocamento. Quando a riqueza de uma cidade está concentrada, grande parte da população acaba tendo que se deslocar para lá”, comenta.
A pesquisa “Viver em São Paulo – Mobilidade Urbana” é realizada anualmente desde 2007 e consultou 800 pessoas que moram na capital paulista com o objetivo de mapear as percepções da população sobre a mobilidade urbana em São Paulo.
Redação PEM