Texto de Paula Sant’Ana.
Fotos: Poster de divulgação PerifaCon com Super Choque (na capa); cena de “MACACOS”, por Edson Lopes Jr; cena de “Nzinga”, por Sergio Fernandes
“PerifaCon”, convenção geek das favelas
A segunda edição presencial da PerifaCon acontece neste domingo (31/7). O evento tem por objetivo democratizar o acesso ao universo dos quadrinhos, desenhos, filmes, etc. Em resumo, visa espalhar a cultura nerd, geek e pop, além de criar mais oportunidades para a periferia.
Este ano, a convenção acontece na Fábrica de Cultura da Brasilândia, instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo, a partir das 9h, e vai receber nomes como Ana Paloma, Gabriel Bá, Jefferson Costa e Wagner Loud.
Considerada a “Comic Con das favelas”, contará com a participação da Warner Bros. Discovery, uma das maiores companhias do ramo cinematográfico no mundo.
A entrada é gratuita e você pode conferir os ingressos neste link.
Espetáculo “MACACOS”
O monólogo tem dramaturgia criada a partir do caso do goleiro Aranha, do Santos, ofendido de forma racista pela torcida do Grêmio em 2014. Com entrada gratuita, o nome da obra referencia a uma das formas de xingamento mais comuns para ofender os negros.
Criado e interpretado por Clayton Nascimento, da Cia do Sal, a peça se inspira na situação para denunciar o racismo estrutural existente na sociedade. O monólogo se desenrola em meio ao fluxo de pensamentos e desabafos, pautados pela história do Brasil e situações vividas por grandes personalidades negras – até chegar no Brasil de 2022.
MACACOS estreou no Centro Cultural São Paulo no dia 15 de julho e segue em cartaz neste sábado (30/7), às 20h; e termina no próximo domingo (31/7), às 19h. Na rua Vergueiro, 1000, Paraíso (região central de São Paulo).
Espetáculo “Nzinga”
A peça idealizada por Aysha Nascimento, Bruno Garcia e Flávio Rodrigues resgata a história da rainha angolana Nzinga e de seu irmão Ngola Mbandi. A montagem propõe um reencontro do público com imagens de uma das soberanas mais estudadas no mundo.
O espetáculo faz um mergulho cultural nas matrizes bantu. Com dramaturgia de Dione Carlos, a história parte de um recorte temporal de 7anos, entre 1617 e 1624, a partir do momento em que Ngola Mbandi assume o trono após a morte do pai e, na sequência, a coroação de Mwene Nzinga como rainha do Ndongo, depois do falecimento de seu irmão.
A ideia da trama é debater sob a perspectiva de uma visão afrodiaspórica, indo contra o pensamento eurocentrado que presume que a história das populações negro-africanas se inicia com o processo de escravização mercantilista e se encerra com a colonização.
Além disso, propõe ao público reflexões sobre temáticas como: ética comunitária, relações de gênero, irmandade, lógicas de poder, táticas anticoloniais, etc.
De terça a sexta-feira, até 5 de agosto, às 20h30. No Sesc Pompeia, que fica na rua Clélia, 93, na Água Branca (zona Oeste de São Paulo). Os ingressos custam de R$ 9 a R$ 30.
Paula Sant'Ana