Um mapa, algumas cartas e o próprio território como tabuleiro. Esse é o jogo “A Quebrada é Nossa Sala de Aula”, uma proposta educativa para reconhecimento geográfico, social e cultural que está sendo desenvolvida pela UniGraja – Universidade Livre Grajaú.
“Não vai ser um jogo pra jogar entre 4 paredes. É uma ferramenta que vai estimular o percurso educador pelas ruas do Grajaú”, explica Kim Alecrim, uma das responsáveis pela elaboração do jogo.
A ideia é aplicar a metodologia com moradores do Extremo Sul de São Paulo, especialmente estudantes de escolas públicas locais, assim que o contexto de pandemia permitir – com uso de máscaras e álcool em gel. Além do Grajaú, pontos em Parelheiros, Marsilac e Cidade Dutra também compõem o percurso.
“Não temos certeza sobre o uso imediato do jogo, pois com a pandemia do jeito que está a gente não tem segurança de nada”, explica Kim.
O jogo começou a ser formulado em 2020, quando as ações da UniGraja foram promovidas por Agência Cresce, Cooperpac, Ecoativa, Graja na Cena, Imargem, O que cabe no meu prato?, Periferia em Movimento e Salve Selva. Entre as atividades realizadas, estão a produção e distribuição de zines informativos, intervenções com uso de bikes em espaços públicos, murais de grafitti e debates transmitidos ao vivo nas redes sociais. Saiba mais aqui.
Como funciona?
O jogo é voltado a pessoas a partir dos 9 anos de idade, que já começam a estudar sobre mapas na escola. A ideia é replicar a metodologia em escolas públicas e definir com professores o tempo de duração, que pode ser de 1 dia ou se estender por mais tempo. Não há limites de participantes.
Pra jogar, os participantes devem se preparar para o deslocamento no território – seja de bike, ônibus, balsa ou a pé (veículos individuais motorizados, como carro ou moto, não são permitidos).
O primeiro passo é marcar no mapa do Extremo Sul o local em que seu rolê começa. Depois disso, cada jogador ou grupo de jogadores deve decidir qual lente vai usar para observar o território. As lentes disponíveis são: educação, direitos humanos, saúde, comunicação, política, economia, saneamento e transporte.
Em seguida, devem retirar do balaio de referências 3 cartas que vão indicar o destino de cada grupo. Divididas em categorias, as cartas trazem personalidades locais (como dona Maria Vilani, Adélia Prates e Jerá Guarani, por exemplo); centros culturais; coletivos; escolas, parques e unidades de saúde; ocupações por moradia; pontos de referência (como a represa Billings, terminais de ônibus e o rodoanel, entre outros);
Com as cartas em mãos, o grupo deve encontrar e marcar no mapa os locais que visitará e escolher o trajeto a ser realizado. O intuito não é chegar em menos tempo, mas sim chegar da forma que proporcione mais qualidade de vida com acessibilidade e sustentabilidade.
E ao chegar em cada um dos 3 locais tirados do “balaio de referências”, os participantes devem procurar um infograffiti onde os participantes encontrarão algumas missões a serem realizadas em cada um desses lugares. Tudo deve ser registrado – seja em desenho, por escrito, em áudio.
Redação PEM
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[…] essa cultura vai se expandindo também”, explica Wellington Neri, o Tim, artista e educador do Imargem. O coletivo atua há mais de uma década na região discutindo arte, meio ambiente e convivência, […]