Marcas de roupas periféricas expressam valorização da própria identidade

Marcas de roupas periféricas expressam valorização da própria identidade

Em um ano marcado pela pandemia, a pauta antirracista ganha força, multiplica os debates e deságua em formas de expressão: a moda é uma delas. Por isso, destacamos marcas de roupas periféricas na 5ª reportagem da série Fortalece Quebrada.

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Tempo de leitura: 6 minutos

Por Ludmila Fernandes  

Em um ano marcado pela pandemia de coronavírus, a pauta antirracista ganha força na sociedade e multiplica os debates. E a moda é uma das formas de expressar esses sentimentos que atravessam e colaboram na formação de identidades.

Não por acaso, destacamos 3 marcas de roupas fundadas por moradores da zona Sul de São Paulo que dialogam com esse momento – 2 delas surgiram este ano, e todas apostam nas vendas pela internet. 

Conheça a Anu Moda Afro, a Grita Quilombo e a Semente Crioula, que vestem de crianças a adultos. 

Esta é a 5ª matéria da série Fortalece Quebrada, um projeto da Periferia em Movimento e da agência de comunicação Bora Lá para destacar empreendimentos criados por moradoras e moradores das periferias de São Paulo.

Vestindo a causa

Há 4 anos, Carlos Borges Júnior e Mayara Oliveira já bolavam a ideia de criar uma marca que valorizasse a identidade afro. E neste ano difícil, a Anu Moda Afro enfim saiu do papel. 

Mayara e Carlos, sócios da Anu Moda Afro (foto: Divulgação)

“A pandemia nos ajudou a conseguir a verba para iniciarmos o negócio”, explica Carlos, que mesmo com pouco conhecimento sobre o mercado contou com pesquisas e o auxílio de amigos para a realização. “A iniciativa é um sonho de anos, e agora a causa está mais forte do que nunca”, continua, em referência à maior visibilidade da pauta antirracista. 

Com camisetas, quadros e máscaras para prevenir o contágio do coronavírus, a Anu Moda Afro foca na população preta a partir do Grajaú, região em que foi fundada. 

Como funciona? | Compre pelo site (clique aqui), pelo instagram ou pelo whatsapp (11 95894-8906). O pagamento pode ser feito por transferência bancária (Nubank, Bradesco ou Itaú), boleto bancário, Pay Pal ou Pagseguro. Mais informações: [email protected]

De Parelheiros para o mundo 

Não é a 1ª vez que Leonardo Serafim tenta empreender na moda. Ele já tentou criar uma marca inspirada no movimento hip hop, do qual é adepto, mas não teve sucesso na tentativa. 

 Antes da Grita ser concretizada, Leonardo tentou criar uma marca baseada no hip-hop, ritmo que gosta porém, não houve sucesso em sua primeira tentativa.

Mas ele não parou por aí: pesquisou e notou que, em sua região, não existia alguma marca que exaltasse a cultura negra e periférica. Assim, ele se juntou a José Dehon e Will Ferreira e, neste ano, o trio lançou a Grita Quilombo. A marca se inspira na resistência periférica e tem como slogan “de Parelheiros para o mundo”, em referência ao território onde vivem os fundadores.

Will Ferreira, um dos fundadores da Grita Quilombo (foto: divulgação)

“Não tínhamos nem experiência nem conhecimento, apenas muita vontade de representar os nossos e fazer com que os nossos se sentissem representados”, explica Wil Ferreira. “A partir daí, buscamos ideias e experiências. Estamos aprendendo a partir do crescimento da Grita Quilombo”.

Durante a quarentena imposta pela pandemia, a equipe da marca conseguiu fechar parcerias com uma fotógrafa e com diversos modelos para realizar a divulgação do produto.

“O nosso público alvo é qualquer pessoa periférica que busca vestir algo que a represente, que fale da sua experiência e vivência, que seja confortável e válido de se vestir”, completa Will. 

Como funciona? Peça de qualquer parte do Brasil pelo instagram (clique aqui), facebook, whatsapp (11 99852-6301) ou e-mail ([email protected]). O pagamento pode ser feito à vista, transferência bancária (Mercado Pago, Nubank ou Itaú), boleto bancário, cartão de crédito ou débito. 

Semente Crioula

Em 2018, Rosemary Lourenço participou de um curso para pequenos negócios promovido pela Empreende Aí. E foi nessa turma em que encontrou força para empreender uma marca de roupas de inspiração africana voltadas para mulheres e, principalmente, crianças. 

Rosy Lourenço, criadora da Semente Crioula (foto: Divulgação)

Dessa forma, nasce a Semente Crioula, que vende roupas infantis como vestidos, macacões, camisas, conjuntos, e até acessórios, como tiaras, presilhas e chapéus.

Fundado no Campo Limpo, o negócio hoje funciona na região de Pinheiros (zona Oeste da cidade). E, com a pandemia, Rosemary se adaptou aumentando a presença na internet e colocou em prática mudanças operacionais como retirada de produtos comprados de forma online em loja colaborativa. 

Como funciona? Peça pelo instagram. https://www.instagram.com/sementecrioulamoda

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