Nosso Bonde: “A resistência é a nossa possibilidade de superação de tempos tão difíceis”

Nosso Bonde: “A resistência é a nossa possibilidade de superação de tempos tão difíceis”

Regina Lyrio faz parte de Nosso Bonde

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Tempo de leitura: 4 minutos

Como uma escola pode transformar uma comunidade? Há 07 anos, Regina Lyrio via paredes depredadas no colégio em que acabara de se tornar coordenadora pedagógica na região do Campo Limpo (zona Sul de São Paulo). A Polícia Militar baixava no local pelo menos 03 vezes por semana. Mas o trabalho de resistência e persistência mudou esse cenário.

A EMEF Jornalista Millôr Fernandes foi inaugurada em 2009, mesmo ano de fundação da Periferia em Movimento. E nesses anos, nosso caminho se cruza com o dessa comunidade escolar.

Por isso, Regina Lyrio também faz parte de #NossoBonde, série que a gente publica todas as segundas-feiras de 2019. Ao completarmos uma década de jornalismo de quebrada, convidamos moradoras e moradores das quebradas que nos ajudaram a refletir sobre a realidade na perspectiva periférica ao longo desse período – e, também, pra saber como imaginam o futuro.

Regina Lyrio (Foto: Arquivo pessoal)

Em busca de se tornar um local mais democrático, a partir de 2014 a EMEF ingressou no Centro de Educação em Direitos Humanos (CEDH) do Centro Educacional Unificado (CEU) Casa Blanca. Foi aonde conhecemos Regina, moradora de Taboão da Serra e hoje com 57 anos.

A partir daí, fizemos projetos em conjunto pelo grupo de trabalho local: a Periferia em Movimento realizou oficinas de Comunicação em Direitos Humanos direcionadas a alunos e professores, além de discutir com os docentes sobre genocídio.

“E nas parcerias entre a EMEF Jornalista Millôr Fernandes e o Periferia em Movimento, se tecia o cruzamento entre o papel do professor e do jornalista na elaboração de narrativas e capacidade de exercer influência”

Regina Lyrio

Nesse período, a EMEF com nome de jornalista foi reconhecida com o Prêmio de Educação em Direitos Humanos da Prefeitura de São Paulo. E segue em busca de tecer uma narrativa para emancipação, crítica e astuta, como resistência ao discurso soberano da verdade única.

“A resistência a esse discurso é premente, necessária, vital. A resistência é a nossa possibilidade de superação de tempos tão difíceis e tão tristes! (…) Mas foi a resistência e a luta encampada por aqueles que não se entregam, não se conformam e não desistem de acreditar e fazer um mundo melhor que fez toda a diferença nessa história”

Regina Lyrio
Foto: EMEF Millôr Fernandes / divulgação

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