Por Lucimeire Juventino*
Nasce o dia, fazendo maior manha de manhã…
O pão foi protestar no centro
Nas mãos da muié de rebento
Punho cerrado de arroz e um gole d’agua fria
Da antiga Bororé
Grajaú
Periferia
à Martins Fontes fi.
Sede de justiça?
Escaldou a carne
Cai a tarde, correndo atrás de siriri…
Apara a rua, remenda na picareta
Abre caminho pro vento…
Que a pipa da criança há de subir
E o tempo de brincar
Plantar [flor ] e Ser…
Não vai parar
Não vai!
Não vai morrer, não vai!
Vem a noite, acender o quintal de vaga-lumes…
Escorrega no vento,
Do tempo
Da Adélia Boreal
*Lucimeire Juventino é professora, escritora e idealizadora de “Matriarcas”, série de reportagens da Periferia em Movimento que destaca a história de mulheres que cavaram os alicerces da luta por direitos no Extremo Sul de São Paulo. Adélia Prates foi a primeira entrevistada. Confira aqui.
Redação PEM