02 de novembro, dia de finados. No feriado nacional que, em 2018, cai nesta sexta-feira, acontece a 23ª edição da Caminhada pela Vida e pela Paz. Organizados pelo Fórum em Defesa da Vida, movimentos sociais, comunidades religiosas, coletivos independentes, instituições sociais e milhares de moradores do Jardim Ângela, Capão Redondo e Jardim São Luiz saem em marcha por direitos até o Cemitério São Luiz.
Realizada desde 1996, essa é uma das maiores manifestações populares da Zona Sul de São Paulo. Iniciada em uma época em que essa região era pejorativamente chamada de “Triângulo da Morte”, por conta dos altos índices de violência, a caminhada é feita até o Cemitério São Luiz, onde são enterradas muitas vítimas da violência do Estado – em sua maioria, jovens negros.
Promovida pelo Fórum em Defesa da Vida, a caminhada é um dos resultados de uma articulação regional que visa a construção de uma cultura de paz – baseada em princípios como o respeito à vida, a rejeição à violência, a generosidade e a escuta para compreensão, a preservação do planeta e a redescoberta da solidariedade.
“Convocamos a população para se organizar e juntar na nossa luta, contra as desigualdades e privilégios que geram violência na nossa cidade”, diz a convocação, que neste ano defende a participação popular na tomada de decisões políticas. “Nos últimos anos, nos reunimos e articulamos com diferentes instituições comprometidas com os direitos humanos, para discutir como podemos intervir no orçamento público da cidade. Nosso objetivo é a construção de uma cidade justa e tolerante. Para isso, precisamos pensar as políticas públicas como um todo”, explica a organização.