Em Mambu, protestos por falta de ônibus

Em Mambu, protestos por falta de ônibus

Compartilhe!

Tempo de leitura: 4 minutos

Após organizarem um ônibus tarifa zero, se acorrentarem na entrada da Prefeitura de São Paulo e, no último dia 17 de maio, organizarem uma Virada Cultural popular, os moradores da comunidade do Mambu (no distrito do Marsilac, Extremo Sul da cidade) programam mais uma atividade para este fim de semana.

Com exibição de vídeos, dança, microfone aberto e apresentações de rap de Robsoul, Grupo OBG e Vullgo, além da banda de rock Sem Nome, o movimento Luta do Transporte no Extremo Sul pretende se organizar com moradores para o próximo ato reivindicando transporte público na região.

Distante a 60km do centro da cidade de São Paulo, os moradores de Marsilac contam com apenas uma linha de ônibus disponível. Quem mora em Mambu ou outras comunidades mais afastadas, caminha em média 14km até um ponto de ônibus. No final de março, três moradores do bairro se acorrentaram na sede da Prefeitura de São Paulo para reivindicar transporte público. Enquanto os manifestantes se acorrentavam do lado de dentro do prédio municipal, cerca de 80 moradores protestavam do lado de fora. Leia aqui.

Após a insistência, os manifestantes conseguiram uma promessa da Prefeitura de que, em 20 dias, começariam a circular ônibus em duas novas linhas. O prazo de resposta já se encerrou.

Busão grátis

No dia 11 de abril, o movimento Luta do Transporte no Extremo Sul e moradores locais organizaram uma linha popular de ônibus. Durante o dia, uma van percorreu o trajeto Mambu-Marsilac, cuja linha já foi aprovada pela Secretaria Municipal de Transportes, mas ainda não foi atendida.

A linha popular de 13km de percurso foi a alternativa encontrada pelos moradores para demonstrar que é possível atender às demandas locais por transporte público. Isso inclui a melhoria das vias e a criação de duas novas linhas – a Reserva-Embura e a Mambu-Marsilac.

“Durante esse ano, fomos várias vezes à subprefeitura, participamos de reuniões e audiências públicas, ouvimos muitas promessas, mas nada mudou. Até agora, os burocratas só tentaram nos enrolar”, diz o comunicado do movimento Luta do Transporte no Extremo Sul.

“Todos os moradores sabem e sofrem com a precariedade dos serviços públicos em nossa região, que impede que grande parte da população tenha acesso à diversos direitos básicos de qualquer cidadão. A inexistência de transporte público é uma delas, porque limita o acesso a serviços como saúde, lazer, cultura e educação – sem ônibus, muitas famílias são obrigadas a caminhar cerca de 15 km por vias precárias para conseguir ser atendidas na UBS”, continua.

Longe de tudo

Engenheiro Marsilac é o distrito mais distante do marco zero de São Paulo: 60 quilômetros separam uma pequena vila no Extremo Sul até o centro de São Paulo.

Pouco mais de 8 mil pessoas vivem em uma área de 208 quilômetros quadrados. Teoricamente, uma média de 25 metros quadrados para cada habitante.Mas a realidade é bem diferente.

Localizado na Área de Preservação Ambiental (APA) Capivari-Monos, o maior distrito em dimensão territorial do município abriga nascentes, cachoeiras, animais silvestres e tem a maior área verde de São Paulo.

A distância do centro urbano permite um ar puro raro na metrópole, mas também gera problemas. Apenas uma linha de ônibus atende a região, ligando o bairro a Parelheiros. Veja na reportagem publicada ano passado pelo Periferia em Movimento.

Anotaí!

Atividade Cultural Popular – Mambu

Quando? Sábado, 31 de maio, às 13h30

Onde? Clube da Ivone – Estrada do Mambu / Rua Domingos Priolis (Escola Ponte Alta)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Apoie!
Pular para o conteúdo