Ato contra 460 anos de genocídio em São Paulo

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Em 25 de janeiro, data em que a cidade de São Paulo completa 460 anos de sua fundação, o movimento Contra o Genocídio do Povo Preto convoca um ato em protesto às execuções da população pobre, preta e periférica, e a premiação dos “bandeirantes” – hoje, representados pela Polícia Militar.

Rappers integrantes do Fórum de Hip Hop de São Paulo se apresentam na manifestação. O ato acontecerá a partir das 09hs, na Praça da Sé, centro de São Paulo, e reivindica o fim do racismo institucional do estado brasileiro.

 

Leia abaixo o texto de convocação do movimento:

“Há 460 anos São Paulo, o Estado que mais promove os Bandeirantes carniceiros como heróis, continua sua política genocida promovendo seus policiais da mesma forma: QUANTO MAIS EXECUTAR E FODER @S POBRES (EM SUA MAIORIA PRET@S) MAIOR SERÁ SUA REPUTAÇÃO. @s indígenas, @s afrodescendentes e @s pobres são os que mais sentem a continuidade do genocídio, que se iniciou no processo de colonização, exterminando, estuprando, domesticando e violando completamente @s indígenas que já habitavam o Brasil, desencadeando também o sequestro de milhares de african@s para sofrerem nas mãos dos playboys (europeus), estendendo-se até os dias de hoje através da negação dos direitos sociais (assegurados pela Carta Constitucional em seu artigo 6°) por meio de um genocídio.
Ao escrever o livro sobre o genocídio do povo preto, Abdias do Nascimento fala de um genocídio duplo, de um lado o extermínio físico pela miscigenação e pela aculturação através do eurocentrismo (embranquecimento). Esse projeto político se ampliou e, em sua fase atual, adota métodos mais sofisticados como o ENCARCERAMENTO e o EXTERMÍNIO FISÍCO. Ora direitamente pelas mãos do Estado, ora por GRUPOS DE EXTERMÍNIO(de PM’s) o projeto vigora.

O que é mais indignante é que as mortes de jovens pret@s e suas apreensões sejam utilizadas para os “heróis fardados” se promoverem ganhando medalhas, tudo patrocinado pelo Estado, deixando claro sua inutilidade, violência e opressão.

A secretária de Segurança Publica informou que a PM enjaulou 30.801 pessoas, (em sua maioria pret@s e pobres), já a Secretária de Administração Penitenciária divulgou que 75% das pessoas privadas de sua liberdade são jovens entre 18 a 34 anos.

Esses dados reforçam que o objetivo do Estado é sem dúvidas eliminar essa juventude preta, seja através das mortes ou através do encarceramento, forjando B.O ou @s deixando sem o mínimo de condições para sobreviverem, restando muitas vezes o furto, o tráfico e o sequestro, por exemplo.

Enquanto a PM por meio do Estado e dos playboys agem na calada ou na caruda, muitas mães sofrem, seja pela humilhação da revista vexatória nos presídios ou pela dor incondicional do luto.

O Estado continua se omitindo, não cumprindo com uma vírgula de suas leis, assim essas mulheres guerreiras convivem com a impunidade, o racismo e o terrorismo institucional.

Quando uma pessoa é executada pela PM é dever do Estado indenizar a família da vítima, já que quem atirou e matou foi um agente público (estes que na verdade trabalham para os interesses dos playboys, assim como o Estado) mas sabemos que em pouquíssimos casos isso acontece.

O Estado tem uma dívida histórica devido à proporção do genocídio indígena e african@, porém juntamente com a elite branca o pagamento e o reconhecimento dessa dívida estão sendo efetivado da pior maneira possível, com a continuação do tratamento colonial, inclusive com TORTURAS e as piores condições insuportáveis para sobrevivência dess@s sofredor@s”

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