O Curta-metragem Peripatético retrata a vida de jovens moradores da periferia em maio de 2006 e foi premiado com o melhor roteiro e prêmio do júri no Festival de Brasília (DF). Na próxima quarta-feira, 08 de novembro, ele será lançado na Cinemateca, a partir das 20h. A diretora, Jéssica Queiroz, estará na sessão especial de lançamento para a roda de conversa que acontece depois da exibição. A entrada será gratuita.
Com duração de 15 minutos, Peripatético acompanha alguns dias na vida de Simone, Thiana e Michel, moradores da periferia de São Paulo. Simone procura o primeiro emprego, Thiana tenta passar no vestibular de medicina e Michel ainda não sabe o que quer fazer de sua vida. A história se passa em maio de 2006, período no qual a capital paulista sofreu diversos ataques da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). O filme se inspirou na luta do movimento Mães de Maio, uma reação à violência contra inúmeros jovens inocentes que foram assassinados durante o conflito.
Após a exibição do filme, ocorre um debate com Jéssica Queiroz, a roteirista Ananda Radhika, e os atores Larissa Noel, Maria Sol e Alex de Jesus. A mediação será com a jornalista Aline Ramos.
Mais sobre o filme
A maior parte do filme foi rodada no bairro de Ermelino Matarazzo, na zona leste de São Paulo, onde vive a diretora. O curta também possui animações. A produção é da produtora Carolina Filmes.
De acordo com o jornalista Luiz Zanin, especializado em crítica de cinema, Peripatético “é um achado”. “O filme passa longe do baixo astral. Incorpora fórmulas pop de narrativa (em determinado momento, dialoga com o clássico Ilha das Flores, de Jorge Furtado), técnicas de animação e desenho. Mostra uma periferia colorida e cheia de vitalidade. É a maneira como querem ser vistos, e não com piedade e falsa solidariedade do capitalismo predatório. São uma força em afirmação, com sua dramaticidade própria”, escreveu.
Tal afirmação vai ao encontro do que pensou a diretora Jéssica Queiroz, que é formada em edição pelo Instituto Criar, de TV, Cinema e Novas Mídias e em Direção Cinematográfica pela Academia Internacional de Cinema.“Meus filmes têm muito de mim e de onde venho. Acredito que negros e periféricos precisam ser bem representados na tela, de uma forma positiva, para fazer com que as pessoas saibam que a periferia é um lugar possível”, afirmou a cineasta.