Durante o mês de junho de 2017, o Periferia em Movimento participou de uma nova experiência que relacionou jornalismo, direitos humanos e cartografia.
Dessa vez, as oficinas foram no Sesc Pinheiros, com público de 16 a 50 anos, moradores de vários cantos de São Paulo e região metropolitana. Teve gente de Cajamar, São Bernardo, Butantã, Cidade Ademar, Jabaquara, Cidade Dutra, Grajaú e de Parelheiros. Todos com um interesse em comum: aprender como a cartografia pode transformar a comunicação.
Na terça-feira, 11 de julho, os participantes do curso apresentaram uma mostra com todo o material produzido durante o curso no Sesc Pinheiros.
Confira, abaixo, o material produzido pelos participantes do Curso:
O coletivo Periferia em Movimento tem atuação no Extremo Sul de São Paulo e nasceu da ideia de criar uma mídia que leva adiante as vozes da Periferia, já que os grandes grupos midiáticos abordam temas relativos a esses lugares de um jeito deturpado, dando enfoque apenas nas tragédias. Pensando nisso, em parceria com o Sesc Pinheiros, o coletivo ofereceu o curso de Jornalismo, Direitos Humanos e Cartografia, às terças e quintas entre os dias 13 e 11 de julho.
O curso Noticimapa tem o objetivo de aprofundar o conhecimento sobre o nosso território, trazendo questões referente as diferenças entre Centro x Periferia, questões históricas sobre a formação da cidade de São Paulo e como isso reflete até os dias de hoje, dando espaço para a segregação espacial.
Durante o curso, tivemos contato com personalidades que foram importantes para construção do material, como Vinicius Martins do Coletivo Alma Preta e Gisele Brito, jornalista e especialista em território.
https://www.facebook.com/pg/PeriferiaemMovimento/videos/?ref=page_internal
Colocando em prática o que desenvolvemos no curso, decidimos falar sobre as batalhas de RAP, que é uma forte expressão cultural nas Periferias, onde enfrentam diversos tipos de problemas sociais, como: racismo, tráfico de drogas, pobreza, violência, entre outros. Este é um movimento que ganhou espaço principalmente em São Paulo e vem influenciando o pensamento dos jovens, em sua maioria pobres e negros.
A partir dessa ideia, foi organizada uma vivência que ocorreu no dia 4 de julho, na região do Grajaú, especificamente no Centro Cultural Grajaú. Para falar sobre o tema e aprofundar mais sobre as batalhas, convidamos para a entrevista o poeta Márcio Ricardo e os organizadores do Grajaú RAP City, Gah Mc, Japa Epycentro e Ladakipnis.
“ O Hip Hop sempre teve ações na sua quebrada.” Ladakipnis
“ Estamos em todos os cantos, seja em áreas acessíveis ou menos acessíveis, esse é o fundamental, ta ligado? “ Gah Mc
“ Quem faz parte da cultura vê que é muito mais do que você ta cantando, dançando, grafitando, tem todo um lado de união por dentro […] O Hip Hop como outros movimentos culturais acho que agrega muito na vida da pessoa, tanto na parte cultural, como na parte social né.” Japa Epycentro
“Quando tem um show maravilhoso na quebrada a mídia não mostra, quando é um probleminha assim a mídia mostra […] Como a gente vai desconstruir isso? É um trabalho muito grande de base, entendeu? O RAP tem essa postura de não vir pra agradar, porque dói.” Márcio Ricardo
Pensando na cartografia, elaboramos um mapa colaborativo para localização de batalhas em São Paulo. Confira:
https://www.google.com/maps/d/u/0/edit?mid=1v5wq_jyhnSaXY2IzoEv6KRk96Hg&ll=-23.632701570310857%2C-46.551196600000026&z=12
Você pode nos ajudar nessa tarefa, é só enviar as batalhas que ainda estão no mapa.
Confira, abaixo, vídeos sobre os temas discutidos na vivência:
- Batalhas de Rap
- Grajaú Cidade do Rap
- Poeta Márcio Ricardo
- O Rap Salvou minha vida
- Grajaú Rap City – Minas no Rap