“Vou quebrar sua cara”, diz secretário de Cultura de Dória a agente cultural da Zona Leste

“Vou quebrar sua cara”, diz secretário de Cultura de Dória a agente cultural da Zona Leste

"O prefeito foi eleito e você não". "Você é um chato". "Cabô a molecagem". Ouça os argumentos de André Sturm ao ser questionado sobre investimentos em Cultura na periferia da cidade de São Paulo

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Tempo de leitura: 7 minutos

O secretário de Cultura da cidade de São Paulo, André Sturm (ao centro na foto acima), de 50 anos de idade, ameaçou “quebrar a cara” do agente cultural Gustavo Soares, do Movimento Cultural Ermelino Matarazzo. As palavras do subordinado do prefeito João Doria para gerir as políticas públicas culturais da maior cidade do Hemisfério Sul podem ser ouvidas a partir dos 30 minutos do áudio abaixo:

A ameaça aconteceu nesta segunda-feira (29 de maio), em uma reunião realizada na Secretaria Municipal de Cultura (SMC) entre Sturm, Gustavo, da coordenadora do Núcleo das Casas de Cultura, Priscila Machado, e de sua assessora, Bárbara Rodarte, para discutir a possível renovação do contrato de gestão compartilhada da Casa de Cultura Ermelino Matarazzo/Ocupação Cultural Mateus Santos, firmado na gestão passada e cujo contrato se encerrou em abril deste ano.
Sem quaisquer equipamentos públicos de cultura, agentes integrantes do Movimento Cultural Ermelino Matarazzo ocuparam um imóvel abandonado da Subprefeitura local – atual Prefeitura Regional de Ermelino Matarazzo – e criaram a própria casa de cultura (uma demanda de mais de 20 anos da população local). Desde o ano passado, o espaço passava por uma gestão compartilhada com coletivos culturais, que inclusive conseguiram patrocínio de empresas privadas para realizar atividades no local. A ocupação cultural é um dos mais de 30 espaços populares implementados por artistas da cidade em áreas ociosas.
 

“Se eu quiser fechar a porta e tirar de vocês lá, também posso”

Com o término do contrato de gestão compartilhada, a SMC apresentou proposta única de parceria que prevê um convênio sem aporte financeiro aos coletivos que ocupam o espaço. Diante do questionamento do integrante do Movimento da falta de investimentos do poder público na Cultura, o secretário Sturm altera o tom de voz e diz que “o espaço é público, é do governo. Se você não formalizar, nós vamos tirar vocês de lá”.
Em outro ponto, Sturm alega que “legitimidade e nada é a mesma coisa” e que “o prefeito foi eleito, você não foi”.

Vocês querem fazer esse discursinho babaca. A gente não tá conversando. Você é um chato, rapaz! – diz Sturm

Ao ouvir do agente cultural que estava “desequilibrado”, Sturm rebate e diz:

Vou quebrar sua cara! É isso mesmo: vou quebrar sua cara!

Em seguida, diz de forma autoritária:

Cabô a molecagem. Vai arranjar um lugar pra fazer suas gracinhas, com o coletivo articulado.

“O Movimento Cultural Ermelino Matarazzo repudia a atitude autoritária, antidemocrática, reativa e de coação do Secretário de Cultura André Sturm e tomará todas as medidas de proteção cabíveis junto aos órgãos públicos”, dizem, em nota, os integrantes do movimento. “A continuidade de uma Casa de Cultura é parte da garantia de um direito universal e não um favor restrito a uma ou outra instituição”, dizem, em outro ponto da nota. Leia a íntegra abaixo.

O Periferia em Movimento entrou em contato com a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Cultura na madrugada desta terça (30 de maio) e aguarda retorno. Assim que obtivermos uma resposta, atualizaremos o texto.

Verba congelada e desmonte da Cultura

André Sturm é titular em uma secretaria que teve 43,5% de seu orçamento congelado este ano. Desde o início de 2017, trabalhadores e trabalhadoras da Cultura têm se mobilizado contra o “desmonte” das políticas públicas culturais pela Prefeitura capitaneada por João Dória.

O orçamento aprovado no fim do ano passado após uma árdua luta travada por artistas na Câmara dos Vereadores destinava pouco mais de R$ 518 milhões para a Cultura, menos de 1% do orçamento total do município. Organizados na Frente Única Descongela a Congela Já, artistas de diferentes linguagens culturais denunciam que o congelamento dessa verba coloca em risco e inviabiliza políticas públicas diversas, como os de formação (Vocacional, o PIÁ e o Jovem Monitor Cultural); os fomentos à Dança, ao Teatro, ao Circo e às Periferias (este último, que teve sua primeira edição ano passado e que até o momento não teve o edital de sua segunda edição publicado); os programas de cidadania cultural (como o Programa VAI, o Aldeias e o Agente Comunitário de Cultura); além dos pontos de cultura, o Circuito Municipal de Cultura, a Semana do Hip Hop, o Edital Redes e Ruas de cultura digital, a programação dos equipamentos culturais, entre diversos outros.

A maior parte desses programas foi instituída a partir de demandas de artistas e da sociedade civil como um todo, com impacto direto a toda a cadeia produtiva ligada à cultura na cidade, como gráficas, mídias, publicidade, restaurantes, entre outros serviços.

O último escândalo envolvendo Sturm diz respeito ao VAI, respeitado e suado programa de fomento a iniciativas culturais nas periferias instituído em 2004 e que já beneficiou mais de 1.200 projetos no período. Segundo reportagem da Rede Brasil Atual, o secretário interferiu no resultado do edital deste ano, eliminando cinco projetos contemplados da lista final e atropelando decisão soberana da comissão julgadora.

Por outro lado, após a polêmica da “cidade cinza” e perseguição a pixadores e grafiteiros, o secretário André Sturm e o prefeito João Dória lançaram – com a participação de artistas – o edital MAR (Museus de Arte de Rua) com o valor de R$ 200 mil oriundos de empresas privadas para selecionar oito projetos de intervenção com graffiti na cidade de São Paulo. O primeiro mural foi inaugurado neste final de semana, no Tucuruvi, Zona Norte da cidade.

Artistas denunciam as ações como estratégia de marketing e o investimento isolado em eventos e ações pontuais, em detrimento de processos contínuos e geração de subjetividades, além da perseguição política a quem discute temas como racismo e machismo, assédio moral a funcionários de equipamentos culturais e sucateamento para possibilitar a posterior privatização dos espaços culturais, como as casas de cultura e as próprias bibliotecas.

56 Comentários

  1. Marcus Padraic Dunne disse:

    Sturmabteilung

  2. Marcelo Barbosa disse:

    esse prefeito e seus assessores são seguidores do Joseph Goebbels, só pode!

  3. Paula Bedin disse:

    Mano, o cara fala durante a reunião inteira, não quer saber as demandas, atende o telefone… é um babaca!

  4. Carlos Simoes disse:

    Quero ver ele quebra a cara do cara se e comigo eu falava nao passa vontade nao otario um cara desse num cargo desse fala uma merda dessa esse cara e um lixao lixão.

  5. Esther Torinho disse:

    Autoritarismo é a marca da indigestão Dória.

  6. Alberto Cagnone disse:

    Acho ocupação de espaço um crime contra a propriedade, seja qual for o espaço. Acho que a ideia de ocupação so se desenvolve pq nesses casos o crime compensa e promove indivíduos que de outra maneira não teriam espaço na mídia ou no governo. Esse tipo de comportamento, onde o espaço ocupado so consegue fazer alguma coisa com dinheiro publico tem que acabar. Porque esses movimentos não produzem o próprio recurso e constituem a própria empresa, como qualquer empresário honesto, pagando seus impostos e comercializando a sua produção.

    • Douglas Ribas disse:

      Definitivamente você não entende o que é uma ocupação.

    • Hulk de Diadema disse:

      vemos aqui um intelectualóide playboy que nunca saiu da porra da sua bolha.

    • Filipe Dias disse:

      Eu já acho que um espaço abandonado, esquecido e sucateado que é “m crime contra a propriedade” você andar pela a Cidade, pelos bairros da Cidade, vai ver muitos lugares abandonados e esquecidos, com obras que form embargadas e deixadas as traças, aó quando um coletivo ou vários ocupam e revitalizam um lugar (sem dinheiro público) vem esse argumento de ‘Ocupação ser crime”

    • Felipe Cazaux disse:

      Vc não entendeu, eles estão ocupando e conseguindo o próprio recurso. Não estão dependendo do governo, tem apoio privado porque foram atrás disso. O que ele não concorda na reunião era em ter que prestar contas se a prefeitura não contribui com o espaço cultural e seus custos.

    • celia disse:

      Porque inocente, todos os país do mundo que são sérios dividem o orçamento. E os setores que educam necessitam mais imput do que futebol e mesmo assim ninguem questiona sobre. Nunca vi campo de futebol ser ocupado, sabe porque?? porque nós todos e todas as Brasileir@s pagamos impostos e fazemos campos e mais campos de futebol imensos que custam milhoes para empresas picaretas amigas dos “Administradores”. Seja um pouco mais curioso, se informe para não fazer esse papel estúpido.

    • Dafiny Dezoty disse:

      Como assim ? Isso é equivoco , quem rouba de verdade nao precisa fazer ocupaçao , as ocupaçoes servem pra ajudar pessoas a organizar um espaço e manter uma cultura que esta sendo morta por esses fascistas , reclamando de que o dinheiro é público? É público mesmo e todos pagam ate os que ocuparam o lugar , vivemos em um pais cheio de impostos e esse doria nao vale nada , só quer que todos vivam nesse capitalismo , é nao é atoa , pois tem gente antenada como vocé que nem pensa antes de falar !!

  7. Alberto Cagnone disse:

    Estou só falando sobre o ato da ocupação, não tenho nenhum interesse em entender do que se trata e suas causas, só vejo o resultado, e o custo para o serviço que todos pagamos

  8. Denise Espirito Santo disse:

    Quanta tristeza para a nossa querida Sampa ter um pústula como prefeito é um outro Nada arrogante da pasta de cultura, parece que a patuleia paulista que elegeu esse doriana e seus capangas amestrados gosta mesmo de se misturar com gente desqualifica

  9. Pedro Oliveira Sprejer disse:

    Desequilibrado e despreparado. Latiu e na hora de “quebrar a cara” amarelou. Pilantra de quinta. Tem que se demitir se tiver um pingo de dignidade.

  10. Tito Bahiense disse:

    o indigesto secretário já entrou de caso pensado para neutralizar o agente cultural desenvolvendo ódio e pre-conceito. O prefeke Doriana é a própria indi-gestão em movimento chamando, destruindo a diversidade que sempre caracterizou SP. A equipe promove uma nova onda dos velhos Integralistas. Seriam novas bases do Fascismo tupiniquim? Será que eles querem separar o Estado de São Paulo do Brasil? Isso não prosperará!

  11. Tito Bahiense disse:

    O indigesto secretário já entrou de caso pensado para neutralizar o agente cultural desenvolvendo ódio e pre-conceito. Percebam o tom do início até o final. Esse prefeke-tura é sua trupe são a própria indi-gestão em movimento. Chamando, destruindo a diversidade que sempre caracterizou SP. Seriam eles os novos integralistas? Seriam eles novas bases de um fascismo tupiniquim? Será que eles estão com essa ideia cafonérrima e claustrofobia de querem separar o Estado de São Paulo do Brasil? …Isso não prosperará!

    • Taylon Colombo disse:

      Separar São Paulo do Brasil seria uma boa

      • celia disse:

        que ideia é essa separatista. Se houver algum separativismo, convido deixar a terra para os indios, verdadeiros senhores e senhoras dessas paragens.

  12. Tito Bahiense disse:

    O indigesto secretário já entrou de caso pensado para neutralizar o agente cultural desenvolvendo ódio e pre-conceito. Percebam o tom do início até o final. Esse prefeke Doriana é sua trupe são a própria indi-gestão em movimento. Chamando, destruindo a diversidade que sempre caracterizou SP. Seriam eles os novos integralistas? Seriam eles as novas bases de um fascismo tupiniquim? Será que eles estão com essa ideia cafonérrima e claustrofobia de quererem separar o Estado de São Paulo do Brasil? …quá, quá, quá, quá…Isso não prosperará!

  13. Taylon Colombo disse:

    Estão errados os 2, o secretário sturm é um babaca igual o Doria, q quer fzr da cidade um lugar triste e feio, e o gustavo soares ta errado em querer ser espertalhão e se aproveitar da situação.

    • celia disse:

      Os vassalos do Dória ninguem se iluda que são carne e unha. Agora é assim, temos todos os tipos de delinquentes em alta

  14. Tony Sil disse:

    O André perdeu compostura, mas por favor né, o que é isso? Ou democratiza o espaço e coloca aberto para a comunidade ou sai. O que não dá é para “privatizar” o espaço para um grupo qualquer.

  15. Fernando Di Cicco disse:

    Antro de Maconheiros. Vão trabalhar Vagabundos.

    • Chaino disse:

      eles trabalham, seu imbecil. trabalham pela cultura, algo que vc não tem nem aprendeu em casa.

      • Fernando Di Cicco disse:

        Vc é maconheiro igual. Vá dar a sua cota de bunda.

        • Mirian Pereira disse:

          Nossa! Educação aqui passou longe.

          • celia disse:

            é isso Mirian eles não se dão ao respeito, estão aquem de qualquer moral. Agem como criminosos, sem a mínima ética moral, e nem vocabulário digno podem realmente ter. Estamos em estado de exceção. Quando a podridão está por cima a merda boia. Não têm moral, quanto mais competência de está dentro da administraçnao das nossas cidades do nosso país. ABaixo a midia Golpista a rede globo. TEremos que acabar com essa camisa de força da mídia que espalha mentiras e intriga, e joga contra o nosso povo em todos os níveis e manipula o pensamento das pessoas mais simples que não tem tempo de se informarem na verdadeira impressa compromissada com a verdade. Incrível!! Cada dia os bichos saem mais das suas covas e se lambuzam noite e dia em nosso direito.

        • Dafiny Dezoty disse:

          Uma pessoa idiota , e sem informações, que comentario babaca , voce é completamente burro , falar oque nao sabe é caluniar , agradeça aos movimentos artísticos , se não fosse por eles voce nao saberia oque é cultura ; alias , nao sabe mesmo , tenho vergonha de morar num pais de gente burra igual você !!!!!!

  16. Marden Peres disse:

    Ele ja foi mal intencionado falar com o secretario. Ja tinha o plano de tirar o secretario do serio e por essa gravaçãozinha chula na net. Só Mais um espirito de porco…

  17. Rafael Braga disse:

    Olha, pode defender, argumentar, acusar, distorcer da forma que for, mas se o secretário de Cultura diz que vai quebrar a cara de quem quer que seja, essa “gestão” está com um sério problema.
    “Vou quebrar sua cara”
    “Vou pintar o muro de cinza sim”
    “Vou aumentar a velocidade sim! Tô nem aí com aumento de incidência de mortes”
    “Vou internar sim”
    “Vou derrubar a casa sim”

  18. Lucas Zimmermann disse:

    https://youtu.be/_Q0pG8x80Dw
    Não tem santo nessa história…

  19. kku disse:

    o que dizer? como é que pode? de onde sacam essa ‘razão’?

  20. Edinelson Ricardo Dos Santos R disse:

    Prefeito idiota secretariado imbecil

  21. Edinelson Ricardo Dos Santos R disse:

    Tamos fodidos com esse prefeito da amarrado essa gestão da desgraça

    • Consciência disse:

      São fatos distintos , a atitude deste secretário não tira a legitimidade do prefeito, que está se esforçando para fazer muitas coisas que o Haddad não fez. Sou a favor do Brasil, e devemos pensar na coletividade, e não neste egocentrismo político que está destruindo nosso país.

  22. Diogo Ferreira disse:

    faço questão de quebrar a cara dos dois, sem preconceitos!

  23. […] O estopim para o movimento deflagrou-se nesta última segunda-feira (29 de maio) quando Sturm ameaçou “quebrar a cara” do agente cultural Gustavo Soares, um dos integrantes do Movimento Cultural Ermelino Matarazzo da Zona Leste de São Paulo. Na conversa, que foi gravada, Sturm intimida o militante a aceitar os termos de uma proposta da SMC e, quando contestado, ameaça-o de agressão física. No diálogo, ele alega que o “espaço é do governo”, que Gustavo Soares “é um chato” e que “cabô a molecagem”. Releia aqui. […]

  24. […] O estopim para o movimento deflagrou-se nesta última segunda-feira (29 de maio) quando Sturm ameaçou “quebrar a cara” do agente cultural Gustavo Soares, um dos integrantes do Movimento Cultural Ermelino Matarazzo da Zona Leste de São Paulo. Na conversa, que foi gravada, Sturm intimida o militante a aceitar os termos de uma proposta da SMC e, quando contestado, ameaça-o de agressão física. No diálogo, ele alega que o “espaço é do governo”, que Gustavo Soares “é um chato” e que “cabô a molecagem”. Releia aqui. […]

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