Reportagem, roteiro e gravação: Gisele Brito. Revisão de roteiro e texto do site: Thiago Borges. Edição de áudio: Paulo Cruz. Arte: Rafael Cristiano. Distribuição: Vênuz Capel.
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A seguir, a contextualização de cada mensagem falsa:
Fake news 1 – Pra fazer prova de vida do INSS, quem recebe pensão ou aposentadoria tem que votar no Bolsonaro
A verdade é que: Houve uma confusão muito bem aproveitada pela campanha bolsonarista. Isso porque, em fevereiro deste ano, o INSS incluiu o comprovante de votação nas eleições como mais um meio possível para a realização da prova de vida. Porém, é mentirosa a afirmação de que essa prova de vida só seria validada se o voto fosse dado em determinada candidatura. O sigilo do voto é assegurado pela Constituição e ninguém, nem o TSE, tem como saber em quem cada pessoa votou.
Fake news 2 – Lula vai fechar igrejas se for eleito
A mensagem falsa que circula nas redes sociais diz que Lula tweetou prometendo fechar igrejas católicas e evangélicas em 2023. A mensagem é acompanhada de dois prints falsos de Twitter do candidato petista em que ele supostamente diz que igrejas terão de casar pessoas LGBTQIA+. E quem se negasse a fazer isso seria preso e seus templos fechados.
A verdade é que: esses prints são falsos e as publicações nunca aconteceram. Uma busca avançada no perfil oficial de Lula no Twitter revela que os conteúdos nunca foram publicados. Além disso, mesmo que um post tenha sido deletado, a rede social permite resgatar o que foi apagado – e páginas de candidaturas são acompanhadas 24 horas por dia por internautas e robôs. A assessoria de imprensa do petista lembra ainda que, em 14 anos de governo dele e de Dilma Rousseff, nunca sequer essa possibilidade foi cogitada.
Fake news 3 – MST bloqueia canal de transposição do rio São Francisco
Um vídeo circula em grupos de whatsapp e telegram dizendo que militantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) estão bloqueando um trecho da transposição do rio São Francisco.
A verdade é que: A agência de checagem Aos Fatos mostra que o vídeo traz pessoas de um projeto social da empresa Chesf limpando um canal. O próprio Ministério do Desenvolvimento Regional, responsável pela transposição, afirma que não há nenhum bloqueio no rio.
Fake news 4: Lula está sob liberdade provisória
A verdade é que: esse documento apresentado é real e diz respeito a um momento em que Lula realmente estava nesse regime. Mas isso é anterior à decisão do STF que anulou as condenações contra o petista, após comprovar que o julgamento dele foi comprometido pela parcialidade do ex-juiz Sérgio Moro, agora eleito senador pelo União Brasil e aliado de Bolsonaro (PL). Ou seja, Lula é inocente e não tem pendências com a Justiça.
Fake News 5: Tarcísio sofreu uma tentativa de homicídio em Paraisópolis
Publicações circulam nas redes sociais desde 17 de outubro, quando naquela manhã o candidato ao governo paulista Tarcísio de Freitas (Republicanos) interrompeu uma agenda de campanha em Paraisópolis (zona Sul de São Paulo) após um tiroteio.
O próprio candidato chegou a postar que havia sido atacado por criminosos. Depois disso, a emissora de rádio Jovem Pan e perfis bolsonaristas passaram a veicular nas redes a mensagem de que Tarcísio teria sido vítima de um atentado com objetivo de assassiná-lo.
A verdade é que: No mesmo dia do tiroteio, o secretário de segurança pública João Camilo Pires de Campos disse que tudo indicava que era um “crime comum” e que os tiros foram disparados a cerca de 100 metros do local de onde estava a equipe do político. Ainda de acordo com Campos, câmeras de segurança de estabelecimentos próximos, imagens de cinegrafistas que acompanhavam Tarcísio e de câmeras corporais dos policiais militares serão usadas nas investigações. Depois disso, o próprio candidato bolsonarista admitiu que não houve atentado nem havia cunho político-partidário na ação criminosa.
Nesta semana, a Folha de S. Paulo revelou que um cinegrafista da Jovem Pan teria sido abordado por integrante da campanha de Tarcísio para apagar as imagens que havia gravado e que essa pessoa seria da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). O caso segue sob investigação.
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