De geração para geração

Conviver com pessoas de idades diferentes é fundamental para desenvolvimento infantil

Eu sempre levo ela pra andar de bicicleta na viela onde nós moramos, mas quando eu tenho um pouco mais de tempo eu  levo ela na rua"

A fala acima é de Dayne de Sena, 34, moradora do Jardim Ângela (zona Sul de SP), sobre a relação com a filha caçula Eliza, de 3 anos

Essas relações são oportunidades de vivenciar situações de uso social real",  explica Lucimeire Juventino, professora de educação infantil no Extremo Sul de São Paulo

Contamos como essas trocas podem acontecer a partir das histórias de vida de integrantes da Periferia em Movimento

Quando pai e mãe não estavam em casa, Pedro Ariel era cuidado pelo irmão 12 anos mais velho, Gelson Salvador. O exemplo e o afeto, existentes desde cedo, refletem no homem que o caçula é hoje

Já Gisele Brito tinha 15 anos quando perdeu sua bisavó Francisca, que conviveu com as torturas da escravidão, cresceu e criou os filhos livres - e, principalmente, nunca esqueceu sua história

As semelhanças e diferenças em suas criações fazem com que hoje, sendo mães, tanto Aline quanto Karina Rodrigues possam visitar memórias afetivas com suas crianças

E é na reunião familiar que muitas pessoas têm trocas entre gerações e culturas, as quais possibilitam histórias, acolhimento - o que Rafael Cristiano chama de ancestralidade

Adaptação e reportagem de  Thiago Borges Reportagem  Aline Rodrigues, Fernanda Souza, Gisele Brito, Letícia Padilha e Paula Sant'Ana Design  Rafael Cristiano Fotos  Arquivo pessoal