Em seu primeiro festival, Fórum do Grajaú faz assembleia sobre “desmonte” da Cultura

Em seu primeiro festival, Fórum do Grajaú faz assembleia sobre “desmonte” da Cultura

Com congelamento 43,5% da grana para políticas públicas culturais, trabalhadores e trabalhadoras debatem gestão Doria-Sturm neste domingo (16 de julho). Encontro termina com apresentações artísticas dos grupos Runsó, Cia Cambona e Clarianas

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Tempo de leitura: 3 minutos

Neste domingo (16 de julho), trabalhadores, trabalhadoras e coletivos reunidos no Fórum de Cultura do Grajaú realizam o primeiro festival desse espaço de articulação e atuação política no Extremo Sul de São Paulo.

Para começar, acontece uma assembleia sobre o “desmonte” da Cultura sob a gestão do atual prefeito João Doria. Entre os provocadores, estão Bruno César (da Cia Humbalada de Teatro e ex-educador do PIÁ – Programa de Iniciação Artística), Jesus dos Santos e Aluízio Marino (do Movimento Cultural das Periferias), Fernando Ferrari (do Fórum de Cultura do M’Boi Mirim), Cileia (do Fórum de Cultura de Parelheiros), entre outras pessoas.

Após o debate, haverá apresentação dos grupos Runsó, Cia Cambona e Clarianas. Também haverá oficina de bonecas abayomi com Cristiane Jaxuka e uma intervenção sobre alimentação saudável com Kim Marques, integrante da Ecoativa.

Desmonte

Há pouco mais de um mês, fazedores culturais da cidade tomaram a Secretaria Municipal de Cultura (SMC) pedindo a demissão de André Sturm, titular da pasta, em uma ocupação que durou em torno de 30 horas e não teve êxito em sua principal reivindicação.

O estopim para a ocupação deflagrou-se nesta última segunda-feira (29 de maio) quando André Sturm ameaçou “quebrar a cara” do agente cultural Gustavo Soares, um dos integrantes do Movimento Cultural Ermelino Matarazzo da Zona Leste de São Paulo. O áudio foi divulgado pelo movimento, publicado em primeira mão pelo Periferia em Movimento e amplamente repercutido por outras mídias e nas redes sociais.

O desmonte das políticas públicas culturais segue a todo vapor no governo Doria: com o congelamento de 43,5% da grana prevista para investir em Cultura neste ano, trabalhadores e trabalhadoras da cultura denunciam o sucateamento dos equipamentos culturais públicos, o desvirtuamento da Virada Cultural, cancelamento de aulas e oficinas nas periferias, perseguições e ofensas verbais à trabalhadores da cultura, apagamento de grafites, falas de cunho discriminatório e atitudes racistas (tal como a expulsão do agente cultural Aloysio Letra de uma reunião pública).

Entre as ações controversas constam ainda os cortes nas oficinas culturais nos CEUS e outros equipamentos (Programas Piá e Vocacional), o desmonte da Escola Municipal de Iniciação Artística (EMIA), a diminuição de 30% dos recursos destinados ao Programa VAI (política de incentivo à autonomia da juventude periférica) com a desclassificação arbitrária de cinco grupos selecionados para o programa, a suspensão do Programa Aldeias (destinado ao fortalecimento de aldeias indígenas da cidade), os cortes nos programas de fomento a grupos culturais (teatro, dança, circo, cultura digital e periferia), os atrasos de pagamento e abandono aos agentes comunitários de cultura e a demissão em massa de funcionários da SMC.

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