Alimentação saudável: Conheça 3 iniciativas que atuam nas quebradas de São Paulo

Alimentação saudável: Conheça 3 iniciativas que atuam nas quebradas de São Paulo

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Tempo de leitura: 6 minutos

Colaboração de Mateus Monteiro. Edição: Thiago Borges

Pela democratização da alimentação saudável nas quebradas, organizações de agriculturas urbanas produzem comidas orgânicas, sem a utilização de agrotóxicos, em hortas localizadas em regiões periféricas. O cultivo, a colheita e a distribuição desses alimentos são executados por pessoas periféricas, que atuam de forma engajada na causa.

A Periferia em Movimento lista iniciativas que atuam em territórios periféricos pelo direito à alimentação. Conheça!

Sabor da Vitória

Criado pela baiana Teresinha Souza, o Sabor da Vitória está na ativa desde 2011 e, atualmente, atende quase toda a comunidade do Jardim Santa Adélia, na zona Leste de São Paulo.

Sabor da Vitória, na zona Leste  (divulgação)

Sabor da Vitória, na zona Leste (divulgação)

Inicialmente, ela se estabeleceu em um terreno de 300 metros cedido pela Prefeitura na própria região. Com a implementação de um projeto de feira orgânica no município, Teresinha, ao lado do marido, conseguiu realizar vendas no local e em outras feiras na zona leste. Com o aumento da demanda, a horta cresceu e hoje ocupa um espaço de 6 mil metros quadrados

Em 2021, por conta da pandemia de covid-19, o casal não conseguiu mais se deslocar até as feiras e não havia mais programas da prefeitura naquele momento. Então, decidiram vender os alimentos na porta da horta.

Era algo novo, mas a comunidade aderiu à feira orgânica e passou a frequentar o lugar pela proximidade das residências e pelos novos hábitos alimentares, além de se interessarem pela agricultura urbana.

A Sabor da Vitória promove o Rolê Ecológico, recebendo cerca de 30 crianças por dia para atividades no espaço, além de outras ações. O local também fica aberto para quem quiser trocar ideias, tirar dúvidas e adquirir alimentos.

Mulheres do GAU

A Associação Mulheres do GAU (Grupo de Agricultura Urbana) é um coletivo composto por 12 mulheres que, com a produção de recursos naturais, beneficiam cerca de 250 pessoas no bairro da União de Vila, em São Miguel Paulista, na zona Leste de São Paulo.

A organização iniciou as atividades após uma revitalização promovida pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo (CDHU) em 2011. Uma parte do terreno foi selecionada para a criação da horta.

O coletivo assumiu toda a produção do viveiro voluntariamente quando o projeto ficou sem verba, e hoje em dia todas as mulheres da linha de frente são remuneradas e se dedicam inteiramente ao cultivo.

A iniciativa oferece diversos alimentos com preços sociais, como hortaliças, PANCs (Plantas Alimentícias Não Convencionais) e muitas frutas. Os temperos e as ervas, por sua vez, são disponibilizados gratuitamente para a comunidade.

As Mulheres do Gau também realizam parcerias com iniciativas da ZL e de outros lugares para atividades como oficinas, palestras e rodas de conversas. O objetivo é valorizar a agroecologia, práticas sustentáveis e saberes da natureza, fortalecendo laços comunitários.

Quebrada Orgânica

O casal Joy Izauri e Robert Placides cultivava alimentos orgânicos para os filhos e para consumo próprio. Essa ação despertou o interesse da vizinhança, que passou a consumir os alimentos também. Daí surgiu a ideia de levar o cultivo para outras quebradas, dando origem à Quebrada Orgânica, em 2018, atuante no Jardim Rivera, na zona Sul de São Paulo.

No início, após aprovação pela lei de Fomento à Cultura da Periferia, a ação se deslocava até outros locais e, gratuitamente, ajudava pessoas a criarem pequenas hortas em suas residências, além de orientá-las sobre como mantê-las.

Em 2020, a ação adquiriu um terreno após parceria com uma empresa privada e, nele, criou hortas de diversos tamanhos e uma grande variedade de hortaliças, frutas, PANCs, legumes e muito mais.

A produção anual de comida natural varia entre 500 e 700 quilos. Parte dos mantimentos são direcionados a projetos sociais, principalmente na zona Sul. Ao longo prazo, a iniciativa visa alcançar ainda mais pessoas para que elas se alimentem melhor e sejam um braço na luta pela preservação do meio ambiente.

A Quebrada Orgânica conta com atividades como imersões, exposições, cursos, oficinas, festivais e vivências urbanas.

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