Com o avanço da vacinação contra a covid-19, os terreiros reabrem as portas para a comunidade
“Já tomou a vacina?”. Assim, nossa equipe foi recebida no terreiro Ilê Asé Alàketú Sàngó Aganjú, na cidade de Embu-Guaçu (SP), num domingo nublado no começo de outubro de 2021
No candomblé é tudo contato, explicou depois o Babá Cláudio de Aganjú, sacerdote da casa. E justamente por isso, a pandemia de covid-19 “tirou o brilho” das celebrações e ritos.
“Tudo a gente tem contato. O negro é essa coisa de contato, de abraço. A gente tem muito isso. Então praticamente parou o candomblé”
Em março de 2020, o governo de São Paulo recomendou que não houvesse reuniões religiosas no Estado e o Ministério Público pediu na justiça que os espaços religiosos fossem proibidos e até multados
A resistência ao fechamento dos templos pareceu menor entre praticantes de matriz africana
“A gente tem muito cuidado com os nossos mais velhos, nossos abas. E se é uma doença engatilhada para eles, os nossos mais velhos tiveram que se afastar”, explica pai Cláudio
No dia em que a equipe da Periferia em Movimento esteve no terreiro, a casa se abriu pela primeira vez para a comunidade depois do começo da pandemia, para celebrar a cerimônia do Olubajé
A festa é uma homenagem a Omulu, orixá da doença e da saúde, onde a comida é compartilhada com a comunidade
Texto editado de Thiago BorgesDesign Rafael CristianoReportagem de Gisele BritoFotos de Baltazar Lima