De "Netflix" periférica a jogo no mangue: Representatividade na tecnologia
Coletivos e negócios tocados por moradores de periferias questionam e experimentam como aliar as tecnologias digitais às lutas por direito do cotidiano
André Luiz Pereira, do Jardim Ângela (Extremo Sul de São Paulo), é um dos responsáveis pela criação de uma “Netflix” da quebrada: a Videoteca Popular
É uma plataforma de streaming como a gigante estadunidense que, em vez de exibir produções de Hollywood, pretende veicular filmes populares e produzidos nas periferias
A ideia não é necessariamente nova. A Videoteca Popular é fruto do coletivo Núcleo de Comunicação Alternativa (NCA), que em 2005 criou uma “vídeo locadora” com empréstimo gratuito de filmes
Hoje, a Videoteca Popular exibe os filmes via youtube, zoom, streamyard e outros meios, sempre seguidos de debates com produtores e o público
Já em Recife, a Mangrove Game Studio é uma startup que tem o objetivo de enaltecer e difundir a música, os costumes e saberes de periféricos nordestinos
Criada em 2019, o grupo já tem 3 jogos: o Mangue & Beach para computador; o Mangueboy 2D para celulares Android ou Apple; e o Manguebou Mud Life 3D, em desenvolvimento.
“Acreditamos nos jogos como uma poderosa ferramenta de transformação, diversão, além de uma mídia atual eficaz na luta contra preconceitos e desigualdades”, diz o fundador Rafael Silva
Reportagem de Thiago BorgesDesign Rafael CristianoFotos Arquivo pessoal