Adélia Prates e os alicerces da luta por direitos nas periferias

Liderança histórica no Grajaú (Extremo Sul de SP), Adélia Prates faz parte de uma geração de mulheres que influenciou movimentos sociais urbanos

Adélia é uma mulher que, mesmo diante de todas as injustiças, encontra forças para lutar

Nascida no interior de São Paulo e com parte da infância vivida na Bahia, ela trabalha desde os 07 anos de idade. Sofreu com o racismo, o machismo e a pobreza desde cedo

Considerada “endemoniada” na época, hoje ela entende que o adjetivo foi dado porque nunca se conformou com a situação em que vivia

Aprendeu a ler e escrever com mais de 20 anos de idade, já vivendo em São Paulo. Aqui, após se casar oficialmente, se mudou com o marido para um terreno na periferia

Anos 1970: Sem luz, água, asfalto e até o pão francês de qualidade, Adélia se juntou a outras mulheres para lutar pelos mesmos direitos de quem vivia na região central

Fechou ruas contra atropelamento de crianças, ocupou escola por melhores condições de ensino, travou açougues contra o preço absurdo da carne

Mobilizou a mulherada para fazer mutirão por moradia, urbanizar favelas e falar do direito ao próprio corpo. Se articulou com o poder público para construir políticas públicas

Uma das fundadoras e primeira presidenta da Associação de Mulheres do Grajaú, aberta oficialmente em 1982, Adélia sofreu um baque no ano seguinte

Sua irmã Delvita foi morta pelo então companheiro. Delvita deixou um filho de 5 anos e estava grávida de 4 meses quando foi assassinada

Hoje, Adélia segue na luta: para ela, é necessário que as mulheres se mobilizem para que direitos conquistados não sejam retirados

Nós contamos a história de Adélia Prates na série de reportagens "Matriarcas"

Texto  Thiago Borges Design  Rafael Cristiano Idealização, pesquisa e reportagem Lucimeire Juventino