Nascida no Ceará, a professora e escritora fez sua morada no Grajaú (periferia de SP), onde rega perspectivas de futuro
"Grajaú é o meu país" é o lema de Maria Vilani. E não é só porque o distrito do Extremo Sul paulistano é o mais populoso da cidade, com quase meio milhão de pessoas
É neste chão que essa cearense natural da capital Fortaleza finca raízes e constrói possibilidades desde 1982
Professora, escritora, filósofa, ativista cultural, ela tece um repertório próprio a partir das margens da capital paulista
Em um cenário em que tudo faltava, viu na arte um meio de acessar os recônditos mais profundos da alma do ser humano e elaborar novas possibilidades
Nas ruas sem asfalto, no bairro com poucas escolas, sem creche e muito menos atividades culturais, Maria Vilani criava os 05 filhos
E foi a partir da necessidade de tirar suas dúvidas na lição de casa que ela voltou para a escola aos 39 anos
Quando entramos na escola, a nossa cultura não é levada em conta (…) A primeira coisa que temos contato nesse mundo é com a cultura de nossos acolhedores”
Vilani também transformou sua própria casa em um espaço educacional. E dali, surgiu um grupo de artesanato com mães que reuniu 36 artesãos em uma feira
Na busca por poetas, em 1990 fundou o Centro de Arte e Promoção Social do Grajaú – CAPSArtes, em uma época em que os direitos como educação, saúde ou moradia eram ainda mais violados que hoje
A semente deu frutos: o CAPSArtes formou uma série de escritores, leitores e continua com atividades em um território que hoje é reconhecido pela potência cultural
Nós contamos a história de Maria Vilani na série de reportagens "Matriarcas"