Periferias promovem educação sexual na contramão de autoridades conservadoras

Por mais de 10 anos de sua vida, Karolyn Andrade frequentou a Assembleia de Deus. Nos cultos e encontros da igreja em que congregava, sexualidade era considerado “pecado”

Já na escola, as aulas sobre o assunto se restringiam a explicar a menstruação bem como métodos contraceptivos ou de prevenção a infecções sexualmente transmissíveis (ISTs)

Nada sobre descobertas da adolescência ou sentimentos novos que apareciam. Enquanto isso, as letras de funk falavam de sexo amplamente

Enquanto a educação sexual é escanteada em alguns ambientes, em outros é tratada apenas pelo viés do ato sexual em si. É um B.O estrutural que atravessa todo nosso caminhar

A falta de uma abordagem “integral” gera dúvidas sobre medidas de prevenção,  formação de identidade e em favorecimento da violência sexual

Por isso, coletivos, movimentos e pessoas que trabalham em equipamentos públicos instalados em periferias atuam para mudar um cenário em disputa

Educação sexual está para além da prática. É poder ser um corpo livre e dono dos seus prazeres e quereres"

explica Silvani Chagas, educadora do Perifeminas

Criado no Barragem (distrito de Parelheiros, Extremo Sul de São Paulo), o coletivo Perifeminas promove a emancipação por meio do futebol de várzea e rodas de escuta ativa e de leitura

A sexualidade desenvolvida hoje endossa uma estrutura de poder. Por isso, se a gente não fala, a gente está endossando uma prática misógina”

diz Raul Gomes, psicólogo no Masculinidade Quebrada.

Uma consequência positiva da consciência corporal é a harmonia com a mente, fazendo de nós uma orquestra. Não precisamos esperar para promover a educação sexual

Texto final de Thiago Borges Design Rafael Cristiano Reportagem de Fernanda Souza Orientação Gisele Brito

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