Na semana dos Direitos Humanos, Paraisópolis marcha contra o genocídio

Na semana dos Direitos Humanos, Paraisópolis marcha contra o genocídio

Outras atividades abordam questões das mulheres negras e periféricas, violência e prisões sem provas

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A última terça-feira (10/12) marcou o 71º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que entre outros pontos reconhece a igualdade e a liberdade para todos os seres humanos e garante o direito à vida e meios para subsistência. E nessa mesma semana, a população de Paraisópolis reivindica a direitos humanos pra favela após um massacre estatal que deixou 09 jovens mortos.

Organizada pela Batalha de Paraisópolis e Anarcoletiva, a marcha contra o genocídio e o racismo do Estado acontece neste sábado (17/12), a partir das 17h. A concentração acontece em frente à loja das Casas Bahia, na rua Ernest Renan. A biblioteca Portais de Poetas pede que os manifestantes levem 01 livro cada para doação. Saiba mais aqui.

Os jovens morreram na madrugada de 01 de dezembro, um domingo, após ação da Polícia Militar sob o comando do governador João Doria (PSDB) durante o Baile da DZ7, pancadão que costuma reunir 05 mil jovens por semana na favela de Paraisópolis.

Gustavo Cruz Xavier, 14 anos. Marcos Paulo Oliveira Santos, 16 anos. Denys Henrique Quirino da Silva, 16 anos. Dennys Guilherme dos Santos Franca, 16 anos. Luara Victoria de Oliveira, 18 anos. Gabriel Rogério de Moraes, 20 anos. Eduardo Silva, 21 anos. Bruno Gabriel dos Santos, 22 anos Mateus dos Santos Costa, 23 anos. De diferentes bairros das periferias da capital e da região metropolitana, os jovens trabalhavam ou estudavam, tinham histórias e tiveram as vidas interrompidas por uma ação justificada como “perseguição” de policiais a 02 homens suspeitos em uma moto.

Após apoiar a PM, Doria voltou atrás diante da repercussão internacional do massacre e os 38 policiais envolvidos foram retirados das ruas. O caso segue sob investigação. No último final de semana, o Baile da DZ7 voltou a acontecer e homenageou as vítimas, como mostra a reportagem da Revista Vaidapé:

Por mais direitos

Outras atividades que acontecem na semana e têm relação com a reivindicação por Direitos Humanos abordam cenário de mulheres negras e periféricas, a violência e prisões sem provas.

Nesta quinta-feira (12/12), o Centro de Direitos Humanos e Educação Popular – CDHEP Campo Limpo organiza “Mulheragens Periféricas”, encerrando o ciclo de trabalho do Casa Lab com cantos, danças, poesias e outras expressões artísticas para fortalecer redes comunitárias feministas e femininas da Zona Sul. A partir das 15h30, na rua Doutor Luís da Fonseca Galvão, 180. Saiba mais aqui.

No sábado (14/12), o grupo de dança Asili Coletiva encerra uma série de encontros para discussões e promoção de vivências a partir da teoria do Mulherismo Africana – construído a partir de saberes ancestrais de mulheres negras africanas. A partir das 15h, na Casa no Meio do Mundo, que fica na rua Itamonte, 2008 – Vila Medeiros – Zona Norte de São Paulo.

“As rodas de conversa sobre Mulherismo Africana são um espaço de compartilhamento e estudo coletivo sobre essa teoria, que tem como intuito pensar o papel central da mulher preta em sua comunidade, em busca da recuperação dos modos de vida regidos pelo matriarcado, uma tecnologia de sobrevivência e convívio essencialmente africana”, explica Rafaela Castro, bailaria da Asili Coletiva e orientadora da atividade.

À noite, o encontro é no Jardim Ângela, Extremo Sul de São Paulo. O Sarau Apoema realiza uma roda de conversa sobre violência e como enfrentar e encarar reações populistas sobre o assunto. No sábado (14/12), às 19h, na Sociedade Santos Mártires, que fica na rua Luiz Baldinato, 09. Confira aqui.

Já na próxima segunda-feira (16/12), às 19h, a Ponte Jornalismo organiza o debate Prisões sem Provas: Como impedir que a Justiça continue a prender e condenar inocentes?, primeiro de uma série de debates que busca responder o que pode ser feito para que Polícia Militar, Polícia Civil, Ministério Público e Judiciário parem de encher os cárceres de inocentes. O evento pode ser acompanhado on-line, no canal da Ponte no YouTube.

Em 70% das condenações por tráfico de drogas, a única prova usada é a palavra do policial, aceita como verdade tanto pelo Ministério Público como pelo Judiciário. Para falar sobre isso, a Ponte convida a ativista e dançarina Barbara Querino de Oliveira, a Babiy, e o educador social Marcelo Dias, criador da ONG SOS Forjados, presidente da ONG Novos Herdeiros Humanitários e autor do podcast Enquadros. Ambos foram alvo de prisões injustas. Marcelo foi absolvido, mas Babiy acabou condenada por uma das acusações, de roubo, e passou um ano e oito meses presa. Hoje, luta para provar sua inocência na segunda instância.

Também participam Priscila Pamela Santos, advogada criminalista, presidenta da Comissão de Política Criminal e Penitenciária da OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil – São Paulo) e diretora do IDDD (Instituto de Defesa do Direito de Defesa), Dora Cavalcanti, advogada criminalista, diretora do Innocence Project Brasil e conselheira nata do IDDD, e Julio Militante, rapper e agitador cultural, enfermeiro, cofundador do sarau Militantes e articulador da Rede de Proteção e Resistência ao Genocídio junto ao Jardim Conceição, em Osasco. Saiba mais aqui.

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