Moradores protestam e Prefeitura promete ônibus

Moradores protestam e Prefeitura promete ônibus

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Informações do site Passa Palavra

Foto: Igor Carvalho

Três moradores do distrito do Marsilac, Extremo Sul de São Paulo, se acorrentaram dentro da Prefeitura de São Paulo nesta segunda-feira (28 de abril). Eles exigiam uma reunião com o prefeito Fernando Haddad para garantir a implementação imediata de uma linha de ônibus na região do Mambu até o Marsilac. Do lado de fora, um grupo de moradores protestava.

Os representantes da Prefeitura insistiam em uma reunião com membros da SPTrans (São Paulo Transporte, a municipal autárquica destinada a gerir o sistema de transporte público por ônibus) e com a secretária de Relações Governamentais, exigindo em troca o desacorrentamento dos manifestantes. Ainda assim, as pessoas acorrentadas reivindicavam a presença de Haddad.

Acostumados a outro tipo de manifestação, o chefe de gabinete da Secretaria de Relações Governamentais e assessores, polidamente, disseram que a “forma correta” de fazer uma negociação, como tem sido feito com todos os movimentos durante esta gestão, é  com a formação de comissões. Já o  movimento sugere que a conversa com a Prefeitura seja diante de todos e todas, tanto dos que estão acorrentados quanto daqueles que estendem faixas e protestam na frente ao prédio da Prefeitura.

Em conversa com o conjunto dos manifestantes, o movimento contrapropôs o comparecimento de alguém da Secretaria de Transportes. Cinco representantes dos moradores se reuniram com o secretário-adjunto dos Transportes e o chefe de gabinete da secretária de Relações Governamentais, enquanto o acorrentamento seguia.

Encerrada a reunião, os manifestantes relataram que a Prefeitura reiterava o argumento do entrave ambiental para a implementação das linhas, o que foi rebatido pelos moradores. Segundo eles,  após consultarem a Secretaria do Meio Ambiente, obtiveram como resposta que a questão não competia a ela, e sim à municipalidade.

Frente a isso, a Prefeitura se comprometeu a dar início aos procedimentos para implementação da linha em 20 dias, assim que tiver a confirmaçäo da Secretaria do Meio Ambiente.

Os termos mais detalhados sobre a efetivaçäo das linhas devem ser ainda ajustados em conversas na comunidades. Dentre os pontos pendentes estão os horários, a tarifação e os itinerários. Em rápida assembleia, moradores decidiram encerrar o acorrentamento após receber a ata da reunião.

 

Entenda a reinvidicação

O objetivo da convocação pública em frente à prefeitura municipal é discutir a implantação da linha de ônibus tarifa zero Mambu-Marsilac. No dia 11 de abril, o movimento Luta do Transporte no Extremo Sul e moradores locais organizaram uma linha popular de ônibus. Durante o dia, uma van percorreu o trajeto Mambu-Marsilac, cuja linha já foi aprovada pela Secretaria Municipal de Transportes, mas ainda não foi atendida. 

A linha popular de 13km de percurso foi a alternativa encontrada pelos moradores para demonstrar que é possível atender às demandas locais por transporte público. Isso inclui a melhoria das vias e a criação de duas novas linhas – a Reserva-Embura e a Mambu-Marsilac.

“Durante esse ano, fomos várias vezes à subprefeitura, participamos de reuniões e audiências públicas, ouvimos muitas promessas, mas nada mudou. Até agora, os burocratas só tentaram nos enrolar”, diz o comunicado do movimento Luta do Transporte no Extremo Sul.

“Todos os moradores sabem e sofrem com a precariedade dos serviços públicos em nossa região, que impede que grande parte da população tenha acesso à diversos direitos básicos de qualquer cidadão. A inexistência de transporte público é uma delas, porque limita o acesso a serviços como saúde, lazer, cultura e educação – sem ônibus, muitas famílias são obrigadas a caminhar cerca de 15 km por vias precárias para conseguir ser atendidas na UBS”, continua.

 

Longe de tudo

Engenheiro Marsilac é o distrito mais distante do marco zero de São Paulo: 60 quilômetros separam uma pequena vila no Extremo Sul até o centro de São Paulo.

Pouco mais de 8 mil pessoas vivem em uma área de 208 quilômetros quadrados. Teoricamente, uma média de 25 metros quadrados para cada habitante. Mas a realidade é bem diferente.

Localizado na Área de Preservação Ambiental (APA) Capivari-Monos, o maior distrito em dimensão territorial do município abriga nascentes, cachoeiras, animais silvestres e tem a maior área verde de São Paulo.

A distância do centro urbano permite um ar puro raro na metrópole, mas também gera problemas. Apenas uma linha de ônibus atende a região, ligando o bairro a Parelheiros. Veja na reportagem publicada ano passado pelo Periferia em Movimento.

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