Juventude e Coronavírus: O que tá pegando na quebrada?

A Periferia em Movimento conversou com jovens moradores e moradoras de diferentes periferias pra entender como estão vivenciando esse momento

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Reportagem de Laís Diogo e Aline Rodrigues. Edição de texto por Thiago Borges. Edição de vídeo por Pedro Ariel Salvador

“Jovens, que sofrem menos com coronavírus, são responsabilizados por levar o vírus para casa e contaminar familiares mais velhos”. Quantas vezes você leu ou ouviu essa frase nos últimos meses?

Quase meio ano depois da decretação de pandemia pelo novo coronavírus e as recomendações de distanciamento social como forma de prevenção do contágio, a Periferia em Movimento conversou com jovens moradores e moradoras de diferentes periferias pra entender como estão vivenciando esse momento.

Confira alguns depoimentos no vídeo abaixo:

Agonia

“Quando nos sentimos ansiosos, sozinhos e agoniados, queremos a companhia dos amigos, queremos nos distrair, a saudade nos afeta muito”, diz Letícia Cardozo, de 17 anos, que mora no Grajaú (Extremo Sul de São Paulo).

“Mesmo tendo a comunicação e a internet a nosso favor, estávamos acostumados a sair de casa, ir para a faculdade, escola ou curso, encontrar com os amigos nos finais de semana, ficar na rua ate tarde, praticar esportes, ir ao mercado, trabalhar sem preocupação, e de repente tudo isso nos foi tirado”, continua.

Letícia nota que, apesar de muitos ignorarem a quarentena promovendo festas e encontros com aglomeração, outros tantos respeitam as orientações. “Temos a consciência de que a doença é muito perigosa”, completa.

De modo geral, jovens sentem que as condições física e emocional foram prejudicadas desde o início do isolamento social. É o que revela a pesquisa “Juventudes e a pandemia do coronavírus”, lançada em junho pelo Conselho Nacional de Juventude (Conjuve) após ouvir mais de 33 mil jovens de 15 a 29 anos de todo o País. Confira os resultados aqui.

A ansiedade, o tédio e a impaciência foram apontados como os sentimentos mais presentes durante o isolamento social, enquanto o acolhimento aparece como o sentimento mais positivo – sentimento que pode estar relacionado tanto ao convívio familiar quanto às interações remotas.

Reflexões

Enquanto isso, a necessidade da população sair de casa para ganhar o pão de cada dia aflige Henrique Madeiros (foto em destaque na matéria), de 19 anos. “Isolamento não existe com tanta eficácia na periferia”, observa o morador do Jardim Sete de Setembro, no Grajaú.

Na mesma região, em Parelheiros, Laura da Silva também percebe uma “inadequação” do território às orientações de distanciamento social.

Por isso, a jovem de 19 anos participa da distribuição de cestas básicas e produz o podcast “Lugar de Quarentena” com seu coletivo. A ideia é buscar distribuir informação sobre os efeitos da pandemia por meio principalmente do whatsapp.

Já Mileni Costa, 16, moradora do Jardim Luso (zona Sul), tenta pensar nas possibilidades de mudança para daqui para frente.

Apesar de frustrada, Stefany Santos Lourenço, de 18 anos, tem vivido o autoconhecimento. “É um momento de cuidar de si e da sua família”, aponta a moradora de Poá, na região metropolitana de São Paulo.

Morador do Jardim Miriam (zona Sul), Gabriel Marques também está cansado de ficar em casa. Por outro lado, ele destaca o maior contato com a própria família. “Tenho me divertido”, diz.

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