Em “esquenta” virtual, Feira Literária da Zona Sul faz intercâmbios culturais

Em “esquenta” virtual, Feira Literária da Zona Sul faz intercâmbios culturais

Na última reportagem da série "Cultura à Distância", falamos como a Felizs se adaptou para promover a literatura na quebrada na pandemia

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Por Julia Vitoria. Foto em destaque: Atividade em 2019 / Will Cavagnolli

Escritores, artistas e poetas de todas as regiões do Brasil estão se encontrando na “casa” da Feira Literária da Zona Sul (Felizs). A festa realizada desde 2015 por agentes culturais da periferia de São Paulo firma espaço na internet para receber essas pessoas. São os “Intercâmbios Culturais”, um projeto de conversas literárias on-line para promover obras e artistas independentes. 

“Sabemos que tem muita gente de outros lugares produzindo e por isso queremos trazer esse panorama das outras regiões”, conta a psicóloga e gestora cultural Diane Padial, que mora no Campo Limpo (zona Sul de São Paulo) e é idealizadora e produtora da Felizs.

Em 2020, a Felizs fez intervenção poética na rua via delivery (foto: Divulgação)

É difícil falar da Felizs e não lembrar das edições passadas. Um marco na história do Campo Limpo, o evento promovia por vários dias seguidos mais de 100 atividades com um público que chegava a 8 mil pessoas. No encerramento, uma tenda em praça pública abrigava escritores, livreiros e seus lançamentos. 

Por isso, 2020 trouxe também para a organização da feira muitos desafios e dificuldades. O evento começou a ser produzido no começo do ano, mas teve que ser completamente remodelado para o mundo das transmissões virtuais. E neste meio do caminho, contou com muitos problemas de internet. 

“Assim que a gente se deparou com isso, a gente pensou muito em nossa característica do contato com as pessoas. Nos chamam até de ‘feira do abraço’. Tivemos que nos redescobrir, contar muito com o apoio dos nossos parceiros para conseguir construir tudo isso,” lembra Diane.

No entanto, a edição virtual teve um grande sucesso. Com intervenções poéticas nas ruas e média de 50 mil visualizações em suas lives, a Felizs atraiu convidados e públicos de todo o Brasil e do mundo. Agora, o grupo se prepara para a sétima edição da feira em meio à pandemia. Os intercâmbios são uma espécie de “esquenta” para essa realização. 

E a Periferia em Movimento fala disso na série de reportagens “Cultura à Distância”, que aborda a adaptação de coletivos e agentes culturais de quebrada um ano após o início da pandemia.

Mais programação

A primeira conversa literária da série de eventos “Intercâmbios Culturais” aconteceu em 26 de março, com o escritor Marcelino Freire; o cantore e compositore Coral; a escritora Cida Pedrosa, autora mais premiada de 2020 e primeira mulher pernambucana ganhadora do prêmio Jabuti com seu “Solo para Vialejo”; e Varneci Nascimento, militante da poesia popular. Na live, os artistas apresentaram músicas, poesias autorais e trechos de seus livros, além de falarem melhor sobre suas inspirações e histórias de vida. Confira abaixo.

A mesa acabou gerando questionamentos entre seguidores da Felizs no instagram pela ausência de pessoas negras na conversa. Em nota, a produção se desculpou: “nos comprometemos em redobrar nosso olhar cuidadoso na curadoria das próximas atividades para garantir maior representatividade”, encerrou o comunicado. 

Já em 29 de abril, a segunda conversa falou de “Itinerâncias poéticas nas periferias paulistanas”, com os poetas e agitadores Michele Santos e Jefferson Santana, além da mãe, atriz e slammaster Cristina Assunção. Os 3 são também professores da rede pública e na live falaram melhor sobre suas trajetórias, produções culturais e produções literárias. Assista:

Em maio, ainda sem data definida, deve acontecer um debate sobre Intercâmbios Latinos Americanos, com o lançamento de 3 autores, sendo um deles póstumo e 3 livros inéditos. Também devem rolar encontros com autores feitos em escolas públicas da região por videochamadas. O evento segue até julho. E, em setembro, acontece a sétima Felizs. 

“É isso, trazer grandes nomes e os nossos nomes sempre juntos. A gente é essa composição, esse espaço de troca”, completa Diane.

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