Com 11 atrações, Noite dos Tambores celebra presença, resistência e memória da diáspora africana

Com 11 atrações, Noite dos Tambores celebra presença, resistência e memória da diáspora africana

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Desde 2011, o M’Boi Mirim se transforma no palco de um encontro internacional de música que reúne uma amostragem significativa da diversidade rítmica e percussiva do Brasil e do mundo. É a Noite dos Tambores, que celebra a presença a resistência e a memória afrodiaspórica no País.

O evento aglutina pesquisadores, músicos e construtores de instrumentos com a intenção de apresentar uma mostra cultural diversa e significativa, a partir de uma abordagem global, histórica, antropológica, terapêutica, educacional e criativa. Promovido pelo grupo Umoja, a ação se desdobra em oficinas e atividades ao longo do ano e, neste sábado (09/11), acontece a grande festa dos tambores.

As apresentações acontecem na Casa Popular de Cultura do M’Boi Mirim (avenida Inácio Dias da Silva, Piraporinha), a partir das 19h. Saiba mais aqui. Além do Umoja, outras 10 atrações se apresentam madrugada adentro.

Primeira manifestação afro que veio a Minas Gerais se denominando pai de todos os congados, o Candombe do Quilombo do Açude da Serra do Cipó deu origem ao moçambique, catope, marujada, congo, caboclinho, catira e outras mais. O candombe é uma festa religiosa em louvação à padroeira Nossa Senhora do Rosário.

Já o premiado Grupo Cultural Jongo da Serrinha de Madureira, do Rio de Janeiro, conta em encontro a história do ritmo tido como “o pai do samba”. O jongo é uma herança cultural dos negros Bantus, trazidos para o trabalho forçado nas fazendas de café do vale do Paraíba, no início do século 18. Sua história se mistura com a da cidade, do surgimento das primeiras favelas e do samba.

O Jongo da Serrinha foi criado no fim da década de 1950 pelo “Mestre Darcy do Jongo” e sua família. Ao perceberem que o último núcleo de jongo da cidade estava morrendo, decidiram seguir com a missão de preservação do ritmo, é uma das mais importantes referências da cultura carioca.

Do Ceará, vem o Maracatu Az de Ouro. Fundado em 1936 por Raimundo Feitosa (Raimundo Boca Aberta) e seus irmãos Zé Neguinho e Alcides (em memória), o grupo tem o título de Patrimônio Imaterial de Fortaleza e Tesouro Vivo da Cultura do Estado.

Outro maracatu presente é o Leão Coroado, mais antigo ícone da cultura pernambucana em atividade ininterrupta, tendo como data oficial de fundação 08 de dezembro de 1863, dia de comemoração da festa de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos para os católicos e também de Iemanjá no culto Nagô.

Nascido do Recife, no seio da grande comunidade negra, naquela época o maracatu assumiu papel de consagrar o rei negro, figura eleita pelos escravos que possuía alguma autoridade concedida pelas políticas da época, bem como confiança e respeito de seus irmãos de pátria.

E do Senegal, o grupo Senu-Gal apresentacantos religiosos, ritmos e danças tradicionais do país africano. Na apresentação são tocados os tambores chamados Sabar, uma família de 07 tambores da região de Dacar.

Tambores paulistas

Da capital ou do interior de São Paulo, vêm os tambores de grupos como o bloco afro É di Santo, da Zona Sul paulistana. Vestido de amarelo e branco, o grupo reúne-se ao longo do ano em oficinas, workshops e shows; e durante o carnaval, sai às ruas para celebrar com a comunidade do M’Boi Mirim. Atualmente, com 60 percussionistas (jovens, adultos, crianças e anciões), o grupo ecoa os ritmos afro-brasileiros pelas ruas do bairro, respeitando e agregando ao seu cortejo a diversidade de crenças e sotaques presentes na comunidade.

Já o Ìlú Ẹ̀gbá surgeem 2012 na ânsia por fazer um trabalho musical a partir das tradições do candomblé, trazendo como herança as tradições de duas nações, o Nagô Ẹ̀gbá (Pernambuco) e o Nagô Ketú (Bahia).

O Tambor de Crioula Juçaral dos Pretos grupo nasceu na região de Alcântara, na comunidade quilombola que dá nome ao grupo. De branco, saias coloridas, renda branca, as mulheres de turbantes e homens de chapéu de palha fazem o chão tremer ao som do couro do roncador, do chamador e do crivador.

Renata Prado também se apresenta. Pesquisadora em Pedagogia a partir da lei 10.639 (que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira”), é idealizadora e articuladora Nacional da Frente Nacional de Mulheres no Funk.

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