Tá f0d@#!: Terapeutas das periferias indicam medidas de autocuidado
Sabe quando você deixa a panela de feijão no fogo e acaba engrossando o caldo, correndo inclusive o risco de queimar?
É assim que Ingryd de Oliveira Cardoso, do Grajaú, resume a procura por cuidados pessoais depois de 2 anos de pandemia
A terapeuta corporal atende pessoas das periferias de São Paulo e nota que as queixas em si não mudaram, mas ficaram mais densas – tal como o feijão
As situações que foram intensificadas na verdade sempre estiveram por ali, como percebe Caíque Almeida Benedetti, de Pirituba
“Desde desemprego a excesso de trabalho, de solidão a esgotamento das relações mais próximas”
Modificar estruturas históricas que geram muito do nosso sofrimento não depende de apenas uma pessoa, mas há alternativas individuais
O que fazer?
“Atividades físicas são grandes aliadas na nossa situação, assim como a leitura e novos aprendizados. Manter o corpo e a mente ativos são tão importantes quanto reconhecer a importância do ócio” - Caíque
Deixar a louça lavada, caminhar 15 minutos ou conversar com uma pessoa que gosta: 3 tarefas simples do cotidiano que podem garantir uma sensação de movimento a cada resolução, orienta Ingryd
"Ainda seguiremos em passos lentos, mas a quebrada tem um poder criativo que transcende a história. E ritualizar o autocuidado sempre foi reflexo dessa resistência"
Adaptação e reportagem de Thiago BorgesDesign Rafael CristianoFotos Arquivo pessoal e banco de imagens