De MV Bill a James Bantu, ouça 7 lançamentos recentes de artistas das periferias

De MV Bill a James Bantu, ouça 7 lançamentos recentes de artistas das periferias

Refletir sobre vacinas, corres na quebrada e a ancestralidade que buscamos... ou simplesmente dançar misturando diferentes ritmos periféricos e nordestinos? Tá tendo!

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Foto em destaque: JP Maia

Refletir sobre as vacinas, os corres na quebrada e a ancestralidade que buscamos resgatar… ou simplesmente dançar misturando diferentes ritmos periféricos e nordestinos, como rap, reggae e bregafunk? Tá tendo!

A Periferia em Movimento fez uma seleção de lançamentos de artistas de periferias de diferentes partes do País que aconteceram nos últimos meses.

Confira abaixo e adicione à sua playlist.

1. Nóiz Mermo (MV Bill)

No clipe que é o primeiro single do disco “Voando Baixo” (ouça aqui), o rapper criado na Cidade de Deus (zona Oeste do Rio de Janeiro) interpreta o chefe da polícia responsável por investigar o roubo de uma maleta carregada com ampolas de vacinas. A faixa, que é uma parceria com o duo de rappers ADL, sentencia o “jumentalismo” no poder. “Quem nasceu pra ser capeta nem com reza vira santo; pós-ditadura eu não vejo cura; hoje somos baratas no governo inseticida; se não serve de instrumento é tratado como inimigo”, canta Bill.

Dirigido pela dupla Fabrício Figueiredo e Yuri Schuler, o roteiro ficcional é inspirado na estética nostálgica das séries policiais dos anos 1980. MV Bill divide a atuação com DK 41 e Lord, os integrantes do ADL (abreviação de Além da Loucura) ora como agentes, ora como bandidos, em cenas de perseguição com um carro Santana 97 branco no set pelas ruas do Centro do Rio de Janeiro e de negociações em quarto e corredores de hotel.

Gravado durante a pandemia seguindo os protocolos sanitários, “Voando Baixo” é uma crônica visceral sob a perspectiva das periferias de algumas das mazelas brasileiras, entre elas a governabilidade. Ponto crítico, “Nóiz Mermo”

A crítica às políticas sociais catastróficas também é tema de outras músicas do álbum: “Esgrima”, “Bocejo”, “Rasante”, “Nossa Lei” e “Milicítico”. “Essência” cita a trajetória bem-sucedida do cineasta Spike Lee. O trabalho evolui com faixas sobre relacionamentos “Sintonia Real”, “Última Forma” e “No Calor da Emoção”. “Voz de Cria” aborda o código de conduta que os moradores da periferia precisam seguir para se dar bem. A última faixa “Muito Obrigado – RIP” festeja a gratidão por pessoas que já partiram.

2. Roça Sound com Elas (Roça Sound)

Direto de Feira de Santana (BA), o grupo Roça Sound mescla culturas nordestinas e afroamericanas, com elementos do rap, do ska e do reggae. E, diante da desesperança que persiste após 1 ano de pandemia, o grupo quer dar uma sacudida nos ânimos com o novo EP “Roça Sound com Elas”. O lançamento conta com a participação de mulheres de periferias de diferentes estados do País Jéssica Caitano (PE), Keila Gentil (AM), Mis Ivy (SP) e Paula Sanffer (BA). A ideia é botar o público pra dançar em casa com músicas inspiradas em repente, coco elétrico, brega funk, tecnobrega, ragga, rap, axé música e bahia bass.

“A ideia desse EP é conexão. É o que acreditamos e sempre fizemos! Trazer essas mulheres pro nosso público, conhecer e ir até o público dessas pessoas, conectar periferias, costumes, gírias, vivências, ritmos”, conta o MC Nick Amaro.

Confira aqui no spotify ou abaixo no youtube.

3. Vou Pelos Becos (James Bantu)

Composição especial na vida de James Bantu que era tocada apenas nas apresentações e shows realizados nas periferias de São Paulo, a música ganha videoclipe e finalmente chega às plataformas digitais após uma parceria entre o artista e o Festival Cultural Pangeia, que nesta edição tem como tema a “Conexão Américas e África”.

“Vou Pelos Becos” mostra a rotina das pessoas comuns que atravessam os becos da cidade, em busca de seus objetivos, além de traçar uma linha refletindo os “caminhos” escolhidos e os encontros, as relações interlaçadas entre os moradores das quebradas e o próprio local onde vivem, estabelecendo raízes, fazendo referência a um conhecimento ou até mesmo “reconhecimento” ligado a ancestralidade.

A música e a vida do artista se assemelham com a conexão entre povos pretos e periféricos que sofrem as desigualdades sociais no dia a dia e que usam de sua arte como forma de resistência. O vídeo foi gravado na Vila Missionária (Cidade Ademar, zona Sul de São Paulo), onde Bantu viveu com a mãe se inspirou para a composição.

4. Acima das Vaidades (Márcia Guzzo)

A cantora e compositora carioca lança o videoclipe da canção que é uma das quatro que compõem o EP “Udayara”, lançado no final de março. Na música que aborda ancestralidade e identidade negra, ela retorna à cena abraçando a black music. O clipe foi gravado no Rio de Janeiro, tem roteiro da ativista indígena Renata Aratykyra e direção de Márcio Graffiti, que é membro da Zulu Nation, ONG Fundada pelo DJ Afrika Bambaataa que tem como princípio as bases do hip hop.

5. Linda Pérola (Mano Rick)

Nascido em 1997 no loteamento Dunas, periferia de Pelotas (RS), Mano Rick anuncia seu trabalho mais recente. “Linda Pérola” traz o posicionamento de um protagonista que até o momento havia vivido situações desagradáveis em relacionamentos amorosos, permitindo-se sentir e expressar o sentimento e a esperança de que dessa vez tudo vai dar certo. Confira aqui nas plataformas digitais e veja o clipe abaixo.

6. MAR (Vitinho RB)

Nascido e criado no Jardim Rosana (zona Sul de São Paulo), o rapper de 24 anos lança o videoclipe e single “MAR”. O artista, que aos 10 anos já se apresentava em quermesses do bairro com apoio de Mano Brown, retrata neste trap a simplicidade de alguém que viveu toda a sua vida na periferia e transforma suas próprias vivências em arte.

7. Anda e Ama (Aice Man e Nabote)

Morador da periferia da zona Sul de São Paulo, Nabote segue carreira fazendo rap de inspiração gospel. Depois de mais de 9 mil ouvintes no spotify, agora ele participa do lançamento do clipe oficial da música “Anda e Ama”, que tem Aice Man como titular. Confira abaixo.

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