Posto de saúde no Grajaú nega atendimento a moradores de ocupação

Posto de saúde no Grajaú nega atendimento a moradores de ocupação

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Cerca de 150 moradores da ocupação Jardim da União realizaram na manhã desta quarta-feira (29 de outubro) uma marcha silenciosa até a Unidade Básica de Saúde (UBS) da Chácara do Conde, localizada no distrito do Grajaú, Extremo Sul de São Paulo.

Eles cobram explicações sobre a negação de atendimento às famílias da ocupação por moradia, que surgiu em agosto de 2013 e resistiu a seis reintegrações de posse. Atualmente, o Jardim da União conta com 780 famílias, além de horta, creche e biblioteca comunitárias, cursos e atividades diversas. Saiba mais aqui. Além do teto, o movimento tem realizado atos por transporte público, educação e cultura.

“Nossa reivindicação agora é que todos tenham direito a assistência médica, que todos possam marcar consulta”, diz a moradora Valéria, que complementa que se a situação não mudar o movimento realizará “ações mais enérgicas” pela saúde.

Segundo os moradores, o argumento utilizado por funcionários da UBS para não atender é a falta de comprovante de residência para fazer o cadastro do Sistema Único de Saúde (SUS). Os manifestantes informam ainda que o gerente da unidade alega que a ordem partiu da subprefeita da Capela do Socorro, Cleide Pandolfi.

“Começou há quatro meses essa negativa de atendimento. Antes, não tinha essa barreira. Mas depois que souberam que éramos da ocupação eles deixaram de nos atender”, denuncia Valéria.

Gestantes, idosos, recém-nascidos, pessoas com doenças graves e em tratamento com remédios controlados que vivem na ocupação Jardim da União encontrariam as portas do posto de saúde fechadas.

Para aplicação de vacinas em crianças, os pais têm recorrido a uma Assistência Médica Ambulatorial (AMA) da região, enquanto os pacientes mais graves procuram assistência no Hospital Geral do Grajaú.

Procurada pelo Periferia em Movimento, a assessoria de comunicação da Subprefeitura da Capela do Socorro ficou de averiguar a informação, mas até o momento da publicação dessa reportagem não havia retornado contato.

 

 

Atualizado às 19h20 para incluir resposta da Secretaria Municipal de Saúde (SMS)

Responsável pela UBS Chácara do Conde, a SMS entrou em contato com o Periferia em Movimento para informar que não há negativa de atendimento à população, que muitos moradores da ocupação fazem uso da unidade e que novos postos estão previstos para a região. Confira:

“A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) informa que a UBS Chácara do Conde nunca recusou atendimento à população. Inclusive, muitas famílias do movimento já são atendidas na unidade por demanda espontânea.

Na manhã desta quarta-feira, 29, uma comissão de moradores foi recebida pela direção da UBS e ficou acertado que as gestantes, crianças menores de 01 ano e idosos com doenças crônicas, como hipertensos e diabéticos, serão cadastrados na unidade

Será feito um levantamento da quantidade de crianças maiores de 1 ano e doentes crônicos para cadastramento posterior. Na região da Capela do Socorro serão construídas, até 2016, mais 11 UBSs para ampliar o acesso.

Mais informações

A UBS Chácara do Conde atua no modelo Estratégia Saúde da Família (ESF) e possui 6 equipes, sendo 5 completas (cada uma é composta por um médico generalista, um enfermeiro, dois auxiliares de enfermagem e de cinco a seis agentes comunitários de saúde).

A unidade possui cerca de 21 mil pessoas cadastradas, realiza mais de 1.700 consultas médicas, 1.100 de enfermagem e 95 visitas domiciliares, em média, por mês”

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