Greve Geral: a adesão das quebradas de São Paulo

Greve Geral: a adesão das quebradas de São Paulo

Confira a cobertura das manifestações de 14 de junho de 2019

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Texto e fotos por Thiago Borges e Wilson Oliveira

Linhas do metrô paralisadas. Ônibus circulando em menor quantidade. Terminais vazios. Este 14 de junho de 2019, dia nacional da Greve Geral contra a Reforma da Previdência e os cortes na Educação pública – promovidos pelo governo de Jair Bolsonaro –, começou mais devagar em periferias da Zona Sul de São Paulo.

No Grajaú, Extremo Sul da cidade, o terminal de ônibus operava normalmente mas com menor fluxo de passageiros do que o normal. A linha 9-Esmeralda da CPTM também funcionava integralmente, assim como outros ramais da empresa, mas com menos muvuca do que em dias convencionais. Apesar do anúncio, a adesão dos trabalhadores do transporte não foi generalizada. Apenas as linhas 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 15-Prata do Metrô amanheceram com os portões fechados, mas ao longo da da manhã as estações foram abrindo.

Logo cedo, às 07h da manhã, entidades sindicais e movimentos como Luta Popular e a Associação Jardim da União (responsável por uma ocupação por moradia no Extremo Sul de São Paulo) se concentravam na entrada da fábrica de motores MWM, na avenida Nações Unidas (região do Socorro, zona Sul da capital paulista). Os funcionários foram dispensados do trabalho nesta e em outras fábricas do entorno.

Em outra parte da zona Sul, movimentos por moradia do Capão Redondo e Campo Limpo bloquearam a avenida João Dias e marcharam até Santo Amaro. No Jardim Ângela, manifestantes saíram do Largo Piraporinha pela Estrada do M’Boi Mirim até a Ponte do Socorro. Para lá, também caminharam os grevistas que estavam na Nações Unidas.

O ato foi encerrado por volta das 11h, em meio a buzinaços de motociclistas e motoristas que passavam pela via parcialmente bloqueada – alguns apoiavam, enquanto outros criticavam o protesto. Nesta sexta, a partir das 14h, um ato unificado acontece na avenida Paulista. Saiba mais aqui.

Como a Reforma da Previdência afeta quem vive nas periferias?

Basicamente, a reforma da Previdência altera a idade mínima de aposentadoria (62 para mulheres e 65 para homens), aumenta o tempo mínimo de contribuição de (15 para 20 anos) e estabelece o recolhimento do INSS por 40 anos para receber o valor total da média salarial do período.

Com mais de 12 milhões de desempregados, 16% da economia brasileira circula pelo trabalho informal. Além de desconsiderar essa questão de precariedade no trabalho, a proposta ignora desigualdades entre diferentes regiões do País. Mesmo na cidade de São Paulo, o contraste é grande.

Enquanto um morador do Jardim Paulista (uma das regiões mais ricas da cidade de São Paulo) vive em média 81 anos, a expectativa de vida em Cidade Tiradentes (Extremo Leste) foi de 58 anos em 2017, conforme dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).

No Extremo Sul de São Paulo, o Grajaú tem a terceira menor média de idade ao morrer: um morador da região vive em média 59 anos. Em Parelheiros, essa média de vida em 2017 foi de 62 anos.

Entenda as mudanças:

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