Do jongo ao rap, da poesia ao maracatu: ações culturais ocupam o espaço público na zona Sul

Do jongo ao rap, da poesia ao maracatu: ações culturais ocupam o espaço público na zona Sul

Em equipamentos públicos ou ocupações, coletivos promovem atividades no fim de semana

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Foto em destaque: Xaxará / por Julia Frezza

Ainda que a população das periferias sofra com a violação de seu direito à Cultura por parte do poder público, os moradores seguem promovendo uma série de atividades culturais nos espaços disponíveis – seja num equipamento público ou numa ocupação. E muitos, mesmo sem fomento estatal, fazem as coisas acontecerem.

Por isso, a Periferia em Movimento indica 04 atividades pra colar e fortalecer neste fim de semana.

Logo na sexta-feira (16/08), a Fábrica de Cultura do Jardim São Luís (um equipamento do governo do estado de São Paulo) é palco do aquecimento da Noite dos Tambores – uma iniciativa cultural que resgata e valoriza a ancestralidade negra por meio dos ritmos dos tambores. E, para esse encontro que conta com apoio da Lei de Fomento à Cultura das Periferias, convidam o premiado Grupo Cultural Jongo da Serrinha.

Tido como “o pai do samba”, o jongo é uma herança cultural dos negros Bantus trazidos para o trabalho forçado nas fazendas de café do vale do Paraíba, no início do século 18. Sua história se mistura com a da cidade, do surgimento das primeiras favelas e do samba. O grupo Jongo da Serrinha foi criado no fim da década de 1950 pelo Mestre Darcy do Jongo e sua família. Ao perceberem que o último núcleo de jongo da cidade estava morrendo, decidiram seguir com a missão de preservação do ritmo.

O evento acontece das 20h às 21h, e a Fábrica de Cultura do Jardim São Luís fica na Antonio Ramos Rosa, 37. Saiba mais aqui.

No sábado (17/08), o Centro de Arte e Promoção Social – CAPS Artes ocupa o Centro Cultural Grajaú com duas atividades. Às 16h, a escritora e professora da rede pública Michele Santos participa da Roda de Poesia. Co-organizadora do sarau Sobrenome Liberdade e da FLIG – Festa Literária do Grajaú, ela participou de diversas antologias e publicações. E às 18h, a Roda Cantante mergulha na história do País abordando a música brasileira na década de 1980.

O Centro Cultural Grajú fica na Rua Professor Oscar Barreto Filho, 252, a 05 minutos do Terminal Grajaú. Saiba mais aqui.

A noite termina em outro canto da zona Sul, no Campo Limpo. O CITA – Cantinho da Integração de Todas as Artes, que ocupa uma área antigamente abandonada, recebe a 3ª edição do Xaxará – Congo em Festa. O evento comemora os 09 anos de resistência do Maracatu Ouro do Congo, que mantém a tradição com a construção de instrumentos, o estudo dos toques e ritmos, a dança, as roupas, símbolos, história e tudo que envolve essa manifestação ancestral brasileira.

E para celebrar, o festejo reverencia a força feminina por meio da homenagem a Oyá, orixá feminino do candomblé nagô que representa a “senhora dos nove mundos”, “senhora dos ventos”, “mulher búfalo”, “senhora dos raios”. No maracatu nação, é o que ficou das antigas coroações das “rainhas do Congo” no Brasil do período colonial, possivelmente uma ressignificação de Nzinga Mbandi (a rainha Jinga), que por sua vez, em meados do século 17 na região de Angola governou um reino denominado Matamba.

A festa acontece a partir das 17h, na rua Aroldo de Azevedo, 20, em frente a praça do Campo Limpo. Saiba mais aqui.

Protagonismo das mulheres

Em Parelheiros, a celebração ocupa dois dias com a 16ª edição do Festival Esquema Noise Underground e aborda a presença das mulheres na música e na periferia.

O projeto é realizado pelo 1º Andar Studio e Produções com apoio do Fomento à Cultura das Periferias, uma política pública municipal que é fruto da luta popular; e acontece na Casa de Cultura de Parelheiros, um equipamento público que igualmente foi conquistado após 10 anos de espera e reivindicações da população.

Foto: Thiago Borges / Periferia em Movimento
Luana Hansen. Foto: Thiago Borges / Periferia em Movimento

No sábado (17/08), o festival conta com apresentações das cantoras Yzalú, Luana Hansen, Juliana Sete Carranca e Line. O Sarau das Pretas faz uma intervenção poética, enquanto a poeta Kimani é a mestre de cerimônias. Já no domingo (18/08), se apresentam Gabi Nyarai, Luana Bayô, Pariá e Amanda Negrasim. A mestre de cerimônias é Gabi de Brito, com discotecagem de Vivian Marques e intervenção do Sarauê.

O evento acontece nos dois dias, das 15h às 21h30. A Casa de Cultura de Parelheiros fica na rua Nazle Mauad Lufti, 169, no Parque Tamari, Extremo Sul de São Paulo. Saiba mais aqui.

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