De bike na quebrada: da economia de grana à tomada do espaço público

De bike na quebrada: da economia de grana à tomada do espaço público

O coletivo Bike Zona Sul discute a mobilidade urbana pela ótica de ciclistas no Extremo Sul e promove um rolê pelos pontos artísticos do Grajaú. A atividade faz parte da programação da Virada Sustentável e do Estéticas das Periferias

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*Com informações publicadas no Portal da Juventude

Wellington Neri, de 32 anos, pedala desde os oito. E há 14, incorporou a bicicleta em sua rotina como principal meio de transporte. Atualmente, o agente do coletivo Imargem que mora no Jardim Lucélia (Grajaú, Extremo Sul de São Paulo) utiliza a magrela pelo menos seis vezes por semana, nos principais translados do dia a dia.

Assim como ele, 56% dos ciclistas paulistanos têm entre 15 e 34 anos de idade. “A bike é um meio de transporte eficaz e viver nessa possibilidade amplia a relação com o espaço e com as pessoas”, diz ele, que tem a cultura da bike como um estilo de vida. “É o amor, a paixão por desbravar os caminhos, trilhas, ruas e avenidas por aí neste mundão afora”.

Na cidade de São Paulo, são 416 quilômetros de ciclovias e ciclorrotas a serem desbravadas, como sugere Wellington. No entanto, um percentual pequeno dessa malha viária está em regiões periféricas, como o Extremo Sul, onde recentemente foi inaugurada a ciclovia da avenida Teotônio Vilela e que não está interligada com o centro da capital. Clique aqui e confira no mapa.

Segundo a ONG Transporte Ativo, 75% das pessoas que pedalam fora das ciclovias estão nas quebradas. Enquanto 23% dos ciclistas do centro de São Paulo começaram a pedalar motivados pela implantação da infraestrutura cicloviária na região, nas periferias apenas 3% apontaram isso como fator importante em uma pesquisa com 1.804 pessoas divulgada em março pela Ciclocidade (Associação dos Ciclistas Urbanos de São Paulo).

A bicicleta também é mais utilizada por quem tem menos grana no bolso: 57% dos usuários não têm renda algum ou ganham até três salários mínimos por mês. Nas áreas periféricas, esse percentual sobe para 63%.

Quase metade (48%) dos entrevistados utiliza bicicleta por ser mais rápida e prática, 23% por ser mais saudável e 18% por ser mais barata. Nas periferias, porém, a economia de dinheiro é fator motivador para pedalar para 25% das pessoas.

Paulo Alves, de 32 anos, também começou a pedalar para gastar menos dinheiro. “Quem utiliza a bike consegue consumir mais nos comércios, pois não possui tantos gastos”, diz ele, que trafegava pelas ruas do Grajaú e Cidade Dutra até a escola e, na sequência, ao trabalho no Ibirapuera e para a faculdade na Chácara Flora.

Com o tempo, porém, a praticidade, simplicidade e os benefícios à saúde ganharam relevância para Paulo, que hoje utiliza a bike diariamente – tanto que, há dois anos, ele criou a fanpage Bike Zona Sul para compartilhar dicas de trajetos, soluções e vantanges do uso da bicicleta no dia a dia. Hoje, o Bike Zona Sul é um coletivo de mobilidade urbana com oito pessoas e diversas ações, inclusive com representação para dialogar com o poder público.

Cultura e sustentabilidade no Extremo Sul

No próximo domingo (28 de agosto), junto ao Imargem, o coletivo Bike Zona Sul faz uma rota urbana ambiental pelo Extremo Sul de São Paulo, que passa por pontos representativos da arte na região. O percurso começa às 08h partindo de Centro Cultural Grajaú e passa pelo Ateliê Daki, Pagode da 27, Encontro Niggaz, Ateliê Damargem, CEU Navegantes, Parque Linear do Lago Azul e termina às 16h na Casa Ecoativa, na Ilha do Bororé. Saiba aqui.

O rolê faz parte da programação da Virada Sustentável e do Encontro Estéticas das Periferias no Extremo Sul. Confira!

08092014_ViradaSustentável_Billings2Quarta, 24 de agosto – Mostra Hip Hop Escola Estadual Presidente Tancredo de Almeida Neves – Vivências da cultura Hip Hop com DJ Ferruge, Felipe Berni (breaking), MC Robsoul e Wellington Neri (graffiti). Das 13h às 18h, na avenida Paulo Guilguer Reimberg, 2448 – Jardim Novo Horizonte

Sexta, 26 de agosto – Cine Oca: Exibição do documentário “É disso que tô que falando” – Dirigido por Edgar Bueno, o documentário reúne depoimentos de membros de seis organizações sociais culturais que atuam com jovens em conflito com a lei e discutem a respeito da redução da maioridade penal. Às 19h, no Lago Azul – Parque Linear Cantinho do CEU. Saiba mais.

Sábado, 27 de agosto – Oficinas ambientais: Telhado Verde e Cisterna – Das 10h às 17h, no Ateliê damargem – Rua 9 de setembro, nº 88, Jardim Gaivotas – Próximo ao final do ônibus. Informações aqui.

Sarauê – Edição especial. Às 19h, na Praça Júlio César de Campos – Parelheiros

Domingo, 28 de agosto – Remada e Velejada na quebrada – Vivência de canoagem e de barco à vela com os Meninos da Billings e o projeto Navegando nas Artes. Às 09h, na rua Beija Flor de Cactos, 81 – Parque Linear Cantinho do Céu – Lago Azul. Confira aqui.

O Periferia em Movimento integra a programação com uma oficina de reportagem no Lago Azul. Os participantes vão realizar a cobertura da velejada e da remada na represa promovidas pelos projetos Navegando nas Artes e Meninos da Billings. Livre para quem quiser colar!

1 Comentário

  1. […] outro lado, há diversos fatores que contribuem ou atrapalham para que mais pessoas utilizem a bicicleta como meio de transporte no dia a dia – a começar pela distribuição da malha viária na […]

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