Contra enchentes, mutirão “testa” jardim de chuva no Grajaú

Contra enchentes, mutirão “testa” jardim de chuva no Grajaú

Neste domingo (18 de agosto), grupo de ativistas e coletivos locais promovem ação em área inundável da região

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Entra ano, sai ano, quem vive em São Paulo enfrenta o drama dos alagamentos causados por chuvas intensas – especialmente no verão – em uma cidade em que falta solo permeável e áreas verdes. No Extremo Sul de São Paulo, moradores do distrito do Grajaú convivem com as históricas inundações da avenida Belmira Marin pelo Ribeirão Cocaia, um córrego que atravessa bairros densamente povoados até desaguar na represa Billings.

Mas um grupo de ambientalistas propõe uma solução prática e barata para reduzir esses impactos: os jardins de chuva, uma espécie de canteiro com plantas similar a um jardim comum, mas onde o solo é rebaixado para captar o volume de água que iria para os bueiros.

Neste domingo (18 de agosto), das 9h30 às 13h30, o grupo de ativistas do Vila Cidades, integrantes da iniciativa global Gaia Education, faz um mutirão comunitário para instalar o primeiro jardim de chuva no cruzamento da principal avenida da região com a rua São Caetano do Sul. A ação acontece junto a coletivos de cultura, economia solidária e desenvolvimento na região: Nóis por Nóis, Xemalami, Pagode da 27 e Expressão Cultural Periférica. A Periferia em Movimento apoia a ação.

“Tudo o que acontece no Grajaú e sai na mídia é coisa ruim. As pessoas têm essa ideia de que quem vive na periferia não trabalha ou não tem educação. Eu me orgulho de fazer parte desta comunidade e esse movimento de verdejar o bairro é prova de que coisas muito boas acontecem aqui”

Mara Luiza, moradora do bairro há 40 anos e integrante do Vila Cidades

Técnica africana

A técnica barata integra o conceito permacultura, um sistema de design para criar espaços humanos sustentáveis em equilíbrio com a natureza, e foi criada pelo africano Zephaniah Phiri Maseko, “o homem que plantava chuva”.

Ainda recente no Brasil, o método se enquadra no projeto de lei 12.526, de 2007, do Estado de São Paulo, que obriga a captação e retenção de águas pluviais em áreas descobertas superiores a 500m² como forma de prevenir alagamentos.

O arquiteto Fernando Sassioto explica que esses jardins quase não requerem manutenção, já que dependem apenas da fixação da água no solo por meio de variações na inclinação do terreno e do cultivo de plantas com alto poder de absorção. “Isso evita que a água não infiltrada fique empossada, gerando erosões. Além disso, o plantio favorece o surgimento de pássaros e polinizadores que ajudam a ampliar a densidade do jardim, melhorando a qualidade do ar e embelezando a cidade de forma sustentável”, complementa.

2 Comentários

  1. […] Todos os anos os meses de chuva no país resultam em casos dramáticos de enchentes. No extremo sul de São Paulo, a comunidade do distrito do Grajaú se uniu para testar a implantação de “jardins de chuva” numa tentativa prática e barata de reduzir os impactos. A técnica é africana e usa conceitos da permacultura, criando espaços humanos mais sustentáveis, buscando um equilíbrio maior com a natureza.https://periferiaemmovimento.com.br//contra-enchentes-mutirao-testa-jardim-de-chuva-no-grajau/ […]

  2. […] ser tomadas para enfrentar a crise climática no âmbito municipal. Uma delas diz respeito ao uso de tecnologias sustentáveis para absorção da chuva – segundo o político, mais de 50% da superfície da cidade é […]

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